O que é ser Técnico em Segurança do Trabalho?
As funções dos técnicos em segurança do trabalho (TST) vão muito além daquelas 18 atribuições listadas na Portaria 3275, de 21 de Setembro de 1989; nós somos os profissionais que fazemos a ligação entre os colaboradores da empresa e a liderança, seja ela composta pelos encarregados ,supervisores, líderes ou mesmo a diretoria.
O TST é o profissional que deve, sempre que possível, coadunar os interesses da Empresa , produtividade, eficiência, lucro, entre outros com a saúde, segurança e o bem estar do funcionário, sendo que estes , em caso de conflito, devem prevalecer sobre aqueles.
Mas como proceder quando os interesses da Empresa colidem diretamente com as normas de saúde e segurança?
Parar a produção , por exemplo ,até que uma proteção adequada seja colocada na máquina, justo aquela que é essencial para atender um grande pedido de um cliente importante? Ou ceder à pressão superior e às promessas de que assim que acabar a produção desse pedido a máquina será parada e toda proteção necessária será implantada?
Qual TST ainda não passou por situação semelhante?
Certa vez passei por uma situação em que tive de proibir que um motorista dirigisse um caminhão pesado da Empresa por ser insulino-dependente e além de não estar fazendo o tratamento correto estava tendo crises.
Conversei com ele e me propus a acompanhá-lo ao médico e tentar uma outra forma de tratamento, mas ele se recusou.
E ainda foi reclamar com seu supervisor, dizendo que estava sendo impedido de trabalhar, que disse: " não fui eu que quis te tirar do caminhão, mas sim o FDP do técnico".
E se eu tivesse ignorado o problema do motorista e deixasse que ele continuasse a dirigir, sem seguir o tratamento adequado e ele desmaiasse na direção e provocasse um grave acidente? Quem seria o responsável?
Infelizmente, ainda, a maioria das empresas só nos contrata por causa da obrigação legal prevista na NR 04.
As empresas em geral precisam entender que ter um TST atuante e com autonomia é uma grande ferramenta de apoio para diminuir o absenteísmo, as doenças ocupacionais e obviamente o índice de acidentes, que impactam diretamente no faturamento da mesma e consequentemente no seu lucro final.
Quando os empresários ou dirigentes de empresas compreenderão que pagar um salário justo e digno ao TST ou adquirir equipamentos de proteção adequados e de boa qualidade não é custo, mas sim investimento e que um afastamento por acidente de trabalho pode ter um custo absurdo dado o tempo de substituição desse colaborador, pagamento de passivos trabalhistas, entre outros?
Merecemos e exigimos sermos mais valorizados .
Técnico de Segurança do Trabalho III. Fiscalização de Obras Energisa Soluções Presidente Figueiredo AM.
8 aGraças a Deus essa visão está mudando para melhor hoje em dia.Quando iniciei na profissão em 2004 era bem pior,se falasse em qualidade e segurança era perseguido,hoje ate nós ajudam a divulgar o QSMS.