O que está por trás da inovação
Inovação!!! Palavra bonita, que dá uma sensação tão boa, de coisa nova, de coisa que vai gerar algum impacto. Concorda?
Mas não é tão simples assim. Não é simplesmente implementar uma idéia inovadora e pronto e acabou... Na verdade, o motivo de muitas ideias inovadoras não alcançarem o sucesso esperado é pela falta de cuidado com tudo que está por trás da implementação de ideias. É sobre isso que vamos conversar aqui.
O Wikipedia nos fala que inovação significa criar algo novo. A palavra é derivada do termo latino innovatio, e se refere a uma idéia, método ou objeto que é criado e que pouco se parece com padrões anteriores. Hoje, a palavra inovação é mais usada no contexto de ideias e invenções.
Bom, para começarmos as reflexões por aqui, essa introdução é suficiente. Até porque esse termo já tem um lugar no senso comum de todo mundo.
O que coloca uma organização no ranking de "empresa inovadora"? O que faz muitas empresas ganharem prêmios de inovação? A Forbes tem uma lista enorme dessas empresas e tem empresas brasileiras nos representando por lá.
Mas uma coisa eu falo sem medo de falar besteira: "A empresa para ser inovadora, tem que ser inovadora da porta para a fora (aos olhos de todas as partes interessadas), mas precisa ser inovadora principalmente da porta para dentro. Com todos os cuidados para que essa inovação não impacte negativamente na vida dos trabalhadores".
Inovação não se faz sem cultura! Isso é uma afirmação feita por inúmeros artigos científicos ao longo do mundo.
Uma cultura de inovação, ou melhor, a criação de um clima que seja favorável a inovação, permite que a liderança, os trabalhadores e startups melhorem a sua capacidade de implementar ideias que seja criativas e que solucionem problemas, impactando no desempenho das organizações.
Mas o ponto principal para analisarmos aqui é que SÓ TEM IDEIAS INOVADORAS QUEM TEM CONHECIMENTO. Esse é um fato consumado. Então, conhecimento é o primeiro passo para a geração de boas ideias as quais posteriormente poderão se transformar em inovação. E as empresas desempenham um papel muito importante, uma vez que promovem esse desenvolvimento adequado do ambiente de trabalho, desenvolvimento do conhecimento tácito, de novas habilidades e um ambiente favorável para a troca de conhecimento.
No entanto, entendo não ser tão simples assim na prática. NÃO É SIMPLESMENTE TER A IDEIA E IMPLEMENTAR ESSA IDEIA. Entendo que existem milhares de pontos a serem analisados antes de brilhantes ideias serem colocadas em ação. Levanto aqui três pontos que considero serem fundamentais.
1) Nossos processos são capazes de absorver ou de se adaptar a inovação que está sendo implementada? Existe algo que precise ser reestruturado antecipadamente?
2) Conheço todas as fragilidades dos processos, para evitar que após a implementação da inovação possa surgir como um problema, empecilho ou um causador de adoecimento e acidentes?
3) A inovação que será implementada tem algum impacto direto sobre o desempenho dos trabalhadores?
Bom, vamos em frente então. Feito então uma profunda análise das três perguntas acima, temos subsídio para darmos continuidade na nossa reflexão.
Na minha vivência prática em inúmeros ramos de negócio e de incansável busca por evidências na literatura, me sinto a vontade para compartilhar uma angústia aqui nesse texto. Na imensa maioria das inovações que são implementadas, evidencio que não possuem a participação efetiva dos trabalhadores que irão sofrer diretamente o impacto das novas ideias e essas inovações não levam em consideração os fatores humanos que envolvem a execução de cada etapa das atividades que compõe os processos produtivos. E o ônus desse desconhecimento é NÃO ADERÊNCIA DOS TRABALHADORES À INOVAÇÃO, O NÃO EMPODERAMENTO DESSES POR NÃO TEREM PARTICIPADO DO PROCESSO E A COLHEITA AMARGA DA PERDA DE PRODUTIVIDADE, AUMENTO DO NÚMERO DE ADOECIMENTO E ACIDENTES.
E esse problema discutido acima é potencializado quando estamos falando de uma inovação vinda de fora, de pessoas que não conhecem profundamente o real do trabalho e todas as fragilidades do dia a dia. "SÓ CONHECE O REAL DO TRABALHO QUEM ESTÁ INSERIDO NELE".
Pensando em contribuir para reflexões que possam melhorar esse cenário, listei abaixo algumas perguntas, que servem como uma ferramenta de autoconhecimento da organização.
1) Essa inovação irá impactar no processo produtivo?
2) Temos condições físicas de implementar essa inovação?
3) Será preciso associar a inovação a alguma inovação tecnológica?
4) Meu processo é automatizado ou manual? Isso impactará no modo operatório dos trabalhadores?
5) A inovação irá impactar no aumento do ritmo de trabalho?
6) Temos o número de trabalhadores suficiente para executar essa inovação?
7) O processo produtivo é integrado para assegurar a eficiência do processo?
8) O aumento da produção será em detrimento da saúde física e mental dos trabalhadores?
9) A implementação da inovação exigirá algo especial, como um maior conhecimento, uma nova língua, habilidades específicas, por parte dos trabalhadores?
Feita essa reflexão, te faço uma pergunta. QUER SE TORNAR UMA ORGANIZAÇÃO INOVADORA? Então, antes de cada inovação, faça uma lição de casa, saiba que inovação está diretamente ligada a clima organizacional e motivação. A "casa" precisa ser arrumada antes.
1) Promova um clima organizacional que favoreça que os trabalhadores sejam empoderados, criativos, tenham confiança para emitir suas ideias e garantia que serão ouvidos.
2) Ouça todos os trabalhadores, em toda a cadeira hierárquica. Ouça as ideias, acredite em quem faz, aprenda a aprender e faça com que todo o conhecimento tácito retorne para a organização como aprendizado. A Inovação se dá através da gestão do conhecimento.
3) Envolva todos os trabalhadores, em toda a cadeira hierárquica, em todas as etapas da implementação da inovação. Somente dessa maneira você conhecerá as fragilidades, conhecerá as dificuldades do trabalho real e antecipará problemas e dificuldades.
4) Decidiu implementar melhorias através de consultorias externas ou startups? Então permita que eles entrem de cabeça no real do trabalho e que ouçam todos os atores sociais, para que a implementação das melhorias sejam aceitas por todos e que realmente resolvam um problema real.
5) Lembre-se que processo produtivo é interligado, é conectado e que a decisão tomada em um setor impactará diretamente no setor anterior ou no setor seguinte. Então, antes de implementar uma inovação, envolva todos os setores.
Concluindo essa reflexão, devemos lembrar que INOVAÇÃO É UMA AÇÃO QUE PODE SER COMPARTILHADA POR TODOS OS TRABALHADORES EM UMA ORGANIZAÇÃO, desde que tenha um ambiente adequado, que facilite a criatividade, que incentive as boas idéias e que permita a execução das idéias sem sacrificar a saúde dos trabalhadores.
NÃO MEÇA ESFORÇOS para desenvolver um clima organizacional favorável e terá trabalhadores com idéias que nascem a todo instante. Lembrando que boas idéias está diretamente ligada a motivação pessoal, ao passo que motivação pessoal dependerá do clima organizacional.
Estamos aqui diante de um circulo virtuoso, onde um ambiente propício de um local com clima organizacional favorável, irá gerar trabalhadores criativos, com alto conhecimento, dispostos a resolver problemas e a implementar ideias inovadoras.
Mas nunca se esqueçam de se perguntar: O QUE EU PRECISO PARA IMPLEMENTAR ESSA INOVAÇÃO? Aproveite essa pergunta e faça uma profunda ausculta organizacional e garanta que tenha em mãos todas as questões que precisam ser antecipadas.
Não basta uma empresa ter a imagem de exemplo de inovação pela Forbes e internamente ser uma máquina de adoecer pessoas.
Docente / Saúde Mental no trabalho / Diversidade e Inclusão / Qualidade de vida no trabalho/ Ergonomia
3 aO texto é como um guia!!! De simples entendimento e efetivamente pode contribuir! Lílian oferece generosamente uma consultoria de inovação de forma gratuita! A fim de cooperar com uma mudança cultural essencial! Parabéns Lílian!!!