O que faz das instituições de saúde serem as melhores?
1 - Compromisso com a cultura
Diversas organizações reiteraram que a sua cultura deveria ser abordada antes de qualquer outra coisa. A Cultura organizacional ou de uma instituição, é um conjunto de elementos (crenças, valores e normas) que influenciam o clima de uma empresa. Essa cultura empresarial é importante para as organizações por guiar e alinhar os comportamentos dos funcionários no trabalho. Em outras palavras, trata-se do DNA da empresa.
2 - Busca por um líder
Grandes líderes inspiram seus seguidores e une equipes rumo a uma missão claramente articulada e alinhada com os valores fundamentais da instituição. Este é um vínculo poderoso e sinérgico, e quando é criado, serve de alicerce para a realização de coisas inimagináveis. Uma das ações mais importantes que uma organização pode ter é reconhecer que precisa de um líder que não possui apenas conhecimento teórico de gestão e buscar a pessoa certa, que pode levar a organização para aquilo que ela quer e pode se tornar. Este é um papel que poucos são capacitados a fazer. Os cargos estratégicos demandam pessoas altamente capacitadas, e somente a liderança certa consegue unir diferentes perfis de pessoas para seguir a meta estabelecida. Um estudo, do Instituto da Gallup, revelou que 70% dos colaboradores colocam a figura do líder como decisiva para o engajamento profissional.
3 - Práticas de gestão baseadas em evidências
Uma das coisas mais difíceis para gestores experientes e executivos é reconhecer que a forma como sempre fizeram seu trabalho pode não ser a melhor maneira, de acordo os padrões contemporâneos. Esse reconhecimento exige muito caráter e humildade para pessoas altamente qualificadas e experientes, que precisam estar dispostas a sacrificar algum grau de autonomia pessoal e profissional para se destacar. É uma abordagem que envolve a definição de um problema, a busca e avaliação crítica das evidências disponíveis, implementação das evidências na prática e avaliação dos resultados obtidos. Sem falar na questão do conhecimento, que fica com a pessoa (gestor), e não com a instituição.
4 - Atendimento e Compromisso
Normalmente, gestores tratam médicos como clientes valiosos, pela sua importância no alcance dos resultados para as instituições. No entanto, o cenário é bem mais complexo e existem vários clientes cujas necessidades e desejos devem ser abordados. O primeiro, é claro, é o paciente, e como a saúde evolui em direção a uma cultura orientada para o consumidor, será imperativo que organizações foquem para uma base de mercado visando o paciente e mais longe de uma base de vendas, priorizando o provedor. Em redes integradas de instituições, essa necessidade se expande para: parceiros provedores (médicos e outras organizações), pagadores, grandes empregadores, reguladores e organizações de base comunitária (como escolas, municípios etc.). Assim, o “serviço ao cliente” incluirá todos os parceiros importantes que fazem uma diferença significativa na busca por ótimos resultados em saúde e não somente uma classe específica.
5 - Melhoria contínua e redução de custos
A qualidade é uma jornada, não o destino. Ela deve ser perene e não alcançada e esquecida. Organizações de alto desempenho são obcecadas por qualidade e custo, porque a medição de resultados e a divulgação para todos dentro da organização implica em ser transparente e motivar o interesse em melhorar. É um processo cíclico sem fim, afinal, sempre há novas oportunidades de melhoria para serem identificadas e colocadas em prática. Esta é uma perspectiva assustadora para organizações com baixo desempenho. Mapear cada detalhe dos seus processos atuais; encontrar a causa-raiz dos problemas; analisar indicadores de desempenho; propor soluções; planejar e implementar as mudanças; avaliar constantemente os resultados; e padronizar as mudanças que foram mais relevantes, são atributos necessários para abordar a qualidade que se pode alcançar.
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6 - Foco para a gestão de doenças e da saúde das pessoas
A “indústria da doença” está mudando para a “indústria da saúde”. Por muito tempo, a taxa de reembolso de serviços recompensava aqueles que geravam uma receita auxiliar, e não aqueles que procuram manter as populações saudáveis. Desta forma, organizações que são realmente dedicadas à saúde estão construindo uma infraestrutura de saúde da população que contempla prevenção, cuidados paliativos, atendimento dentro e fora do ambulatório, clínicas de varejo (que ficam situadas em pontos de aglomeração popular, como shoppings e zonas comerciais, e dispensam agendamento de consulta para receber pacientes com problemas de saúde de baixa e média complexidade), plataformas eletrônicas (e-health, ou e-saúde), e home care, tudo interligado por preceitos clínicos e relatórios analíticos. Até mesmo, algumas instituições estão interligando academias (fitness) às suas estruturas, tanto para os pacientes terem acesso a uma recuperação mais rápida através de exercícios orientados, como para fortalecer a imagem para os que não são pacientes, que usam a academia e associam o hospital com a imagem da prevenção e a promoção da saúde. As instituições também estão, aos poucos, abandonando a taxa de serviço com foco nos riscos e buscando um modelo de negócio baseado em custo-efetividade.
7 - Sofisticação do HIM
Health Information Management (HIM) ou Gerenciamento de Informações de Saúde, é a gestão da informação aplicada à saúde e aos cuidados de saúde. É a prática de adquirir, analisar e proteger informações médicas vitais para fornecer qualidade ao paciente. É o conjunto de processos que engloba o desenvolvimento e a utilização de sistemas de controle de informações e de sistematização da comunicação.
Análises de questões clínicas e de negócios não são opcionais, e é essencial que organizações invistam em tecnologia nessa área, juntamente com uma troca de informações de saúde que ligue todos os componentes de uma rede integrada para atingir bons resultados e reduzir milhões em desperdício. Pessoas saudáveis querem acesso a serviços de saúde de rotina através de seus smartphones, enquanto os pacientes mais velhos querem otimizar suas vidas em torno da sua casa, usando a tecnologia para orientá-los, sem precisar se deslocar para os centros de saúde. O modelo de cuidados de saúde do século passado, do hospital e consultório médico, será substituído por uma tecnologia que pode fornecer acesso imediato aos cuidados de saúde em qualquer lugar e a qualquer hora.
8 - Equipes multidisciplinares
Quando se une pessoas certas com as habilidades necessárias, o grupo pode realizar mais do que fariam seus membros individuais sozinhos. Organizações de alto desempenho restringem a “autonomia quando necessário” e alcançam um nível muito mais elevado de resultados através do uso de equipes bem desenvolvidas e gerenciadas; tais como:
9 - Exclusão do baixo desempenho
Cada organização tem uma área de baixo desempenho, ou até performance nula, e isso determina qual será o menor denominador comum da organização. Quint Studer (empresário norte-americano, CEO e fundador da empresa de consultoria de saúde privada, Studer Group) em seu livro Hard Wiring Excellence afirmou: “Leve-os para cima ou tire-os”. Instituições que querem alto desempenho devem escolher entre sua missão e a segurança de alguns indivíduos ou unidades.
10 - Envolvimento de todas as partes interessadas
Alcançar alto desempenho é impossível até que todos os principais players (médicos, instituições, funcionários, etc.) estejam ligados entre si por meio de contratos de risco. Só então a organização poderá ter bons resultados clínicos ao mais baixo custo. Um dos benefícios obtidos com o engajamento das partes interessadas é garantir que os níveis de motivação e eficiência se mantenham constantes ao longo de vários projetos, mantendo a colaboração entre as diferentes equipes e áreas da organização afetadas pelo mesmo.