O que inteligência emocional tem a ver com gerenciamento de equipe?
Não sei muito bem o porquê, mas muitas vezes que menciono inteligência emocional as pessoas subentendem que a razão deve suprimir a emoção ou pelo menos controlá-la. Inteligência emocional não é necessariamente sobre estar sempre no controle de suas emoções - e nem acho que isso seja possível ou saudável. Não é, portanto, portar um sorriso quando há raiva ou frustração por dentro. É, em suma, compreender o que se sente e o que o outro sente também.
Vamos pensar juntos sobre isso e sobre como tem ligação com a liderança?
Quantas vezes ao longo da semana você se percebe em um estado de tensão, stress, frustração ou raiva? Em quantas dessas você consegue se lembrar o que causou o sentimento? Em quantas consegue endereçar o sentimento de forma justa para você e para os outros?
A inteligência emocional é uma habilidade daquelas que carecem de exercício constante. É ser tomado por um calor no peito, uma vontade estabanada de ação e, ao invés de dar voz a isso, escolher parar por alguns segundos, respirar e refletir. É ter a coragem para se ver sentindo raiva, medo, vergonha, angústia e entender o que te causa cada uma dessas sensações. E, depois de constatar a origem, observar como você reage quando enfrenta sentimentos difíceis.
Trocando em miúdos, inteligência emocional é identificar e endereçar emoções. Ok... E o que isso tem a ver com liderança?
O líder tem uma função muito clara dentro da organização que é manter uma equipe funcionando. Objetivamente isso significa contratar bem, demitir se for necessário, auxiliar no desenvolvimento de competências, etc. Subjetivamente implica ser permeado por indivíduos e seus costumes, desejos, dificuldades, virtudes.
Ser a pessoa responsável por interligar outras tão diferentes entre si mas com propósitos similares é complexo! Às vezes o líder é mediador, às vezes é regente. Para conseguir desempenhar todos esses papéis plenamente, é preciso que consiga se conectar à forma como a equipe pensa, sente e se comunica.
Na prática, um líder com inteligência emocional tem muito mais empatia e capacidade para: reconhecer potenciais, estabelecer e respeitar limites, programar jornadas exequíveis, resolver conflitos, assimilar e criar demandas. É também alguém que facilita a convivência diária, que traduz quando algum colega parece estar falando "em outra língua". É quem faz intervenções precisas e necessárias, mas dá liberdade de ação.
É claro que ser essa pessoa a todo momento não é fácil. Mas quem não deseja ser ou ter um líder assim? Você também acredita na inteligência emocional como grande ferramenta?