O que os empreendedores encontram nas franquias de educação

O que os empreendedores encontram nas franquias de educação

As franquias estão entre os segmentos mais robustos da economia. Atualmente, são 2.896 marcas franqueadoras que, juntas, faturaram R$ 188,5 bilhões em 2021, de acordo com a Associação Brasileira de Franchising (ABF). As franquias também estão entre os investimentos mais seguros para empreender. Quando comparado a outras modalidades, o segmento chega a ser oito vezes mais seguro – porque, em vez de começar um negócio do zero, o franqueado recebe suporte desde o início da implantação da unidade, recebendo materiais, know-how, treinamentos e, principalmente, a oportunidade de trabalhar com uma marca já testada e validada pelo mercado.

Aproximadamente R$ 11,5 bilhões do faturamento do franchising de 2021 provém das franquias de serviços educacionais. São negócios de diferentes marcas que oferecem operações tradicionais, home based e virtuais. O nicho da educação é puxado especialmente por empresas que atendem áreas como educação infantil, carreiras e idiomas.

Muitas empresas do segmento estiveram entre as 457 marcas expositoras da 29ª edição da ABF Franchising Expo. Maior feira de franquias do mundo, o evento aconteceu entre 22 e 25 de junho de 2022. De acordo com os organizadores, 65 mil pessoas visitaram os pavilhões do Expo Center Norte, em São Paulo (SP).

Uma parte significativa dos visitantes demonstrou especial interesse em negócios de baixo custo e rápido retorno do investimento, características inatas das franquias de educação. De acordo com a ABF, o payback (tempo de retorno de um investimento) da maioria das franquias de serviços educacionais costuma ficar entre seis meses e um ano. Além disso, a operação das unidades é mais simples, já que o empreendedor não precisa manter um estoque e não lida com produtos perecíveis.

O público que aposta no ramo é formado por gestores escolares, professores e até mesmo investidores profissionais – que lançam o serviço em uma determinada região, contratando um colaborador para liderar o negócio. “Ainda prevalece aquele perfil de empresário mais ‘barriga no balcão’, mas está crescendo o volume de investidores profissionais e multifranqueados”, afirma André Friedheim, presidente da ABF.

Negócio financeiramente sustentável

A relação custo-benefício é apontada pelos empreendedores como um dos principais atrativos das franquias de educação. No Twice, microfranquia de ensino bilíngue que esteve entre as novidades da ABF Franchising Expo, a taxa de franquia começa a partir de R$ 20 mil, com possibilidade de atuação com exclusividade de área. “São três fontes diferentes de receita”, explica Maria Cláudia Amaro, CEO da marca. “Taxa mensal de sucesso, bônus contratual para novas operações e taxa de administração e suporte. Com isso, a receita anual do franqueado pode ir R$ 60 mil a R$ 418 mil. Já a rentabilidade pode ir de 17% a 35% do faturamento.”

Estande da empresa Twice na ABF Expo: empreendedores buscam diferentes vantagens nas franquias de educação.

O custo-benefício também foi apontado por Rafael Oliveira, CEO da escola de robótica e programação MyRobot School. “Hoje, uma franquia de alimentação demanda um investimento alto e tem um retorno baixo. Na educação, o investimento é mais baixo e a rentabilidade chega a 35%”, afirma. “Sem contar que o empreendedor trabalha com algo que dá grande satisfação, que é a educação.”

De fato, propósito é outro motivador para os empreendedores que apostam nas franquias de educação. O professor Jacson Verchai, por exemplo, pesquisou empresas alinhadas aos valores pessoais e com potencial de transformar a educação brasileira. “Tem muita gente querendo empreender em algo que dê gosto de fazer e que, ao mesmo tempo, possibilite atingir uma situação financeira melhor que a atual”, explica ele, que há três anos é franqueado da Super Aprendiz, de cursos profissionalizantes, e da agência integradora Super Estágios.

Verchai reconhece que algumas pessoas torcem o nariz para as franquias. “Muita gente não gosta do modelo por causa do pagamento mensal de royalties. Por outro lado, tem coisas que não me preocupo: suporte de marketing, relação com imprensa, produção de conteúdo, tecnologia”, afirma. “Então, eu não olho os royalties como gasto. É um investimento.”

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