O que o sapo e a água quente têm a ver com a crise ?

O que o sapo e a água quente têm a ver com a crise ?

Acredito que nunca vivemos uma situação tão incerta quanto a que estamos passando nesse momento. Digo isso porque o segundo semestre acabou de começar e percebo a dificuldade de planejar ações para essa última fase do ano. Tornou-se quase impossível fazer planos num prazo de alguns meses, podemos planejar semanas, no máximo quinzenas. O cenário está volátil demais!

Diante desse contexto, vejo que muitas empresas têm migrado cada vez mais para os meios digitais, uma possibilidade de continuar o contato com os consumidores e manter, de algum modo, as vendas em meio ao distanciamento social. O problema é que as empresas param aí, se limitam a criar ambientes de digitais de vendas sem fazer uma análise mais profunda das demandas de seu consumidor. O digital é apenas uma interface, um meio de comunicação e trocas entre quem vende e quem compra, fazendo com que seja, até mais do que antes, imprescindível compreender a situação dos clientes para oferecer o produto certo da forma mais adequada possível. É sempre bom lembrar que a pandemia tornou o consumo mais regrado e exigente e, por isso mesmo, é preciso cada vez ser assertivo. Lembro aqui que tanto o canal físico ou o digital são meios de troca, e não um fim, o fim é, na verdade, o relacionamento verdadeiro travado com o cliente em cada contato.

 Nesse ponto, me lembrei daquela história, não sei se verídica, que diz que o sapo, quando jogado numa panela fervente, pula rapidamente para fora, mas morre sem mover um passo se colocado na água que aquece aos poucos até a ebulição. E, para mim, essa é a metáfora perfeita para esse momento: não podemos esperar que as coisas piorem mais para nos mobilizarmos e “salvar o que der”, nem nos acostumar com o declínio lento e gradual das vendas e ficar quietinho esperando que as coisas melhorem enquanto a água continua aquecendo. O que acho mais estratégico é, com base numa avalição segura do mercado, da concorrência, do consumo e, sobretudo conhecendo de perto o cliente e suas demandas, oferecer a ele um produto ou serviço sob medida, e não apenas aquilo que a concorrência já oferece. É preciso ir além para surpreender e cativar.

E, se me permitem os que leem esse artigo, um último aviso, se você e sua marca ainda estão dentro da panela como o sapo que vai se adaptando, não espere mais nada, pule para fora, antes que seja tarde demais! 


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