O que te encanta?

Ao repetir a rotina de escovar os dentes hoje depois do almoço, me deparei com uma curiosidade: A simples repetição de algumas tarefas diárias pode ser maçante.

Não é que me incomode com a higiene pessoal. Nada disso. Na verdade isso serviu como provocação pra algo mais amplo, que seria a repetição de nossas atividades diárias no nosso ambiente de trabalho, exercitando nossas skills repetidamente, dia após dia, sem conseguir medir diretamente se isso esta realmente trazendo valor, evolução e satisfação.

Em empresas mais estruturadas com planos de carreira, ferramentas de avaliação e até mesmo coaching, essa evolução pode ser medida com periodicidade e mais efetividade. No entanto, se acrescentarmos ai uma variável, todo esse trabalho pode não estar realmente refletindo o objetivo do esforço. Essa variável é o fato de sermos humanos e termos que lidar diariamente com nossas emoções e sentimentos que envolvem pequenas frustrações e prazeres.

Quase todo mundo consegue lidar com o fato de que existem dias bons e dias "nem tanto" (pra não falar que são tristes, já que isso é muito particular). Mas o acumulo de pequenas frustrações aliadas a repetição e a previsibilidade do resultado dessas tarefas diárias, podem levar a um quadro sério de desmotivação e falta de propósito dentro do contexto profissional e avançar para o plano pessoal, já que é muito difícil dissociar essas duas etapas de nosso dia a dia.

Numa conversa de café com um amigo do trabalho, surgiu a pergunta que dá título a esse artigo: O que te encanta? E confesso que hoje, precisamente agora enquanto escrevo esse artigo, não sei dizer.

O que sei, e posso compartilhar com vocês, é que vivemos um momento em que a demanda por mão de obra super qualificada com um conjunto de habilidades que por vezes nos faz pensar que o mercado busca super humanos, gera uma competição muitas vezes imprópria e desumana, exatamente porque deixamos de olhar para essa variável que influência simplesmente tudo na nosso vida.

Aliado a tudo isso tem a família, amigos, relacionamentos, aceitação social (ou rejeição), busca espiritual, aprendizado de novas skills, um novo idioma, reciclagem e atualização profissional, perseguir um vida saudável, momento político, etc...

Não é porque uma ou outra pessoa olha pra esse conjunto de tarefas e tira de letra que a maioria esmagadora não se atrapalha com uma simples lista de prioridades, e portanto, deva achar que isso tudo é "frescura". Não é bem assim.

Todos nós estamos vivendo uma espécie de corrida de cavalos virtual, em que um simples nariz fará toda a diferença na linha de chegada. O problema aqui é definir a linha de chegada. Quando parar de correr e pelo o que correr?

Amigos, antes que eu me atrapalhe mais (rsrs) deixo aqui essa pequena provocação para uma reflexão e estou a disposição para continuarmos a conversa nos comentários.

Grande abraço!