O QUE A TEORIA DAS RESTRIÇÕES NOS ENSINA?
Em 1984 Eliyahu M. Goldratt (autor de A Meta) nos apresentou o conceito da Teoria das Restrições, permitindo assim uma abordagem para identificar o elemento restritivo mais relevante (“gargalo”) para o atingimento de metas.
Por “gargalo” entende-se as evidências de restrição relacionadas às pessoas, processos ou tecnologias os quais integram uma “linha de produção”. Trata-se do elo mais fraco numa corrente. Determina o ritmo do negócio!
Esta ideia se aplica a diversos sistemas e engrenagens, sejam mecânicos, produtivos, gerenciais ou até mesmo biológicos.
No corpo humano, quando a homeostase está comprometida, órgãos sofrem por ocasião da ineficiência de outros (já doentes), sobrecarregando-os.
Na indústria, a produtividade de uma linha de montagem ficará na dependência da estação produtiva de menor eficiência. Assim, incrementar o "input" (entrada), havendo restrição no meio do caminho, não aumentará o "output" (saída), pelo menos em termos de produtividade.
Tratando-se de processos, etapas burocráticas e mal planejadas certamente irão comprometer a entrega, seja no prazo, quantidade ou qualidade.
Equipes também ficam expostas à conceituação de Goldratt. Elementos humanos fracos comprometem a performance do grupo. Mas não significa aqui dizer que todos precisam ser iguais, de forma alguma, porquanto a pluralidade de forças e habilidades criam sinergias extraordinárias.
Para que um “sistema” seja saudável é necessário que todas as suas "peças" estejam saudáveis, num constante equilíbrio de potências e competências, em harmonia e sintonizadas. Num conjunto de “peças” diferentes, com funções distintas, eficientes, desempenhando, cada qual, a sua tarefa precípua e única.
Recomendados pelo LinkedIn
Entender e aceitar que o desfecho ficará limitado e condicionado aos estorvos, sempre existentes, é crucial, pois daí surge a necessidade diuturna de correção dos gargalos, em que pese a inevitável emergência de um outro a seguir.
O sistema de saúde, complexo, está repleto de elos débeis, criando óbices e fatores limitantes tanto na jornada do paciente como nos negócios em si, comprometendo a sua eficiência e gerando desperdícios.
“Gargalos”, quando não devidamente tratados, geram: doenças (mais graves), ociosidade de mão de obra, descumprimento de prazos, excesso de estoque, aumento de necessidade de capital de giro, comprometimento no fluxo de caixa, insatisfação de clientes, queda do valor entregue, baixa performance da equipe, e por aí vai...
Da mesma forma que a ciência da Economia trabalha com o princípio da escassez, os Sistemas operacionais/produtivos operam com a ideia das restrições. É importante que aqueles que ocupam cargos de gestão não encarem tais restrições como epifenômenos, algo acidental ou secundário. A consecução de suas metas depende de uma visão holística, crítica e consensual.
A força de uma corrente é sempre determinada pelo seu elo mais FRACO!