O retorno do e-SEDEX frente a pandemia de Corona Vírus
Neste artigo desvendamos o mistério por trás de etiquetas de e-SEDEX que voltaram a circular pelo país.
O e-SEDEX foi, por muitos anos, o principal serviço de transporte do e-commerce brasileiro. Era uma espécie de paraíso na terra: preço de PAC com velocidade de entrega do SEDEX. Nostálgico e mágico, sim.
O serviço acabou da forma mais devastadora possível: de uma hora pra outra, em frente a uma escalada de preços promovida pelos Correios em um dos tristes capítulos da queda de braço que perdurou por anos entre a estatal e o Mercado Livre, que, desde a criação do Mercado Envios em 2011, é o maior cliente da ECT, com vasta vantagem para o segundo lugar. Em 25/06/2017, após várias idas e vindas, o serviço foi definitivamente encerrado. Foi o fim de uma era.
Na minha visão os Correios cavaram a própria cova. Pense comigo: a grande maioria das postagens de vendedores do MercadoLivre nos Correios era feita de forma à vista, no balcão da agência. Ou seja, dinheiro vivo com preço da tabela mais cara da estatal. Daí, veio o Mercado Livre, que passou a ter a menor tabela de frete possível dentro dos Correios e, o dinheiro que era pago a vista pelo vendedor, transformou-se num boleto bancário para até 40 dias depois. Exemplificando, parecendo não ser suficiente substituir uma postagem de Sedex local à vista, que custava em 2011 na média de R$ 15 por uma de e-SEDEX que passou a custar via contrato a bagatela de R$ 5, os Correios ainda indenizava o Mercado Livre pela grande maioria das postagens porque não conseguia entregar no prazo.
Inclusive, a indenização dos anos de 2000 e pouco também é nostálgica de recordar: os Correios devolviam 100% do valor da postagem caso a entrega foi efetuada com atraso e, em caso de perda do objeto, o ressarcimento mínimo automático era de R$ 250. Para efeitos comparativos, o ressarcimento de atraso hoje em dia praticamente não existe, dificilmente ultrapassando 30% do valor pago e a indenização pelo seguro automático obrigatório não chega a R$ 20.
Finalmente chegando ao assunto do artigo, muitos burburinhos surgiram nos últimos dias a respeito do retorno do e-SEDEX, já que estão sendo identificadas várias etiquetas do serviço circulando pelo país. Eu mesmo já recebi pelo menos 20 pacotes com a etiqueta de e-SEDEX...
Porém, como alegria de pobre sempre dura pouco, ao procurar os Correios e questionar sobre o possível retorno surpresa do queridinho do e-commerce nos anos 2000, a resposta não poderia ser mais desoladora: devido a pandemia provocada pelo novo Corona Vírus, a empresa responsável pela impressão das etiquetas físicas para postagem dos pacotes via agência está passando por problemas e, como solução, por meio de comunicado interno, foi autorizado que as agências utilizassem estoques remanescentes de etiquetas lógicas do antigo serviço de e-SEDEX em todo o Brasil.
Infelizmente, como já podemos concluir, ver uma etiqueta de e-SEDEX no departamento de devoluções da sua empresa só servirá para matar saudades e, no máximo, deixar aquele gosto amargo de um SEDEX por R$ 5 que já não existe mais...
E você, sente saudades do e-SEDEX, do reembolso integral do valor das postagens em caso de atraso, do seguro obrigatório gratuito de R$ 250, do aplicativo do SIGEP? Enfim... Deixe seu comentário e compartilhe comigo seu momento nostalgia sobre os Correios.