O Segredo do Sucesso
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O Segredo do Sucesso

O que muitos profissionais ainda consideram ser o segredo do sucesso, não é segredo. E nem caminho pro sucesso.

Grandes executivos chegam a posições importantes por um composto de características. Por mais que livros e cursos tentam mapear o caminho para o sucesso, a verdade é que cada líder tem uma singularidade poderosa. Mesmo assim, a capacidade de resolver  os problemas que incomodam a organização é uma dos superpoderes de muitos desses profissionais.

Ao mesmo tempo, interagindo no meu dia a dia com dezenas de profissionais nestas posições, vejo a ameaça de uma equação perigosa. Por um lado, dedicam seu tempo e sua energia de forma impressionante a lidar com os temas mais latentes de cada momento. Segues com força e clareza suas agendas e prioridades. Isto está perfeito.

Com o poder e o foco que tem, acabam afastando da sua mesa tudo aquilo que ainda não apareceu claramente como um problema a ser resolvido. É o que Bion Shu Han chamou de efeito imunológico. Os recursos são usados para repelir e negar a diferença. É uma forma ativa para não perceber o que está fora do padrão escolhido. Não ver o que incomoda o resultado de curto prazo.

Enquanto isso, o campo do aprofundamento e da reflexão fica esvaziado nas organizações. O espaço para explorar novos olhares e novos paradigmas de gestão e até novos caminhos de solução tem tido pouquíssimo espaço. O risco? Ficar preso dentro de estruturas poderosas que, no entanto, estão presas em padrões desgastados. Tem força, mas consomem as pessoas e os recursos de forma desproporcional. São modelos perpetuados por crenças que foram criadas pelo próprio sistema para que ele se mantenha. Crenças de que só há uma forma de atingir resultados. Crenças como, por exemplo, de que só se pode parar para refletir e repensar quando as coisas estiverem tranquilas. Mas num modelo que acredita que é preciso fazer sempre mais com menos, nunca chegará o momento da calma. É uma crença criada e divulgada para assegurar que não se pare para repensar. Para perceber que ao tentar fazer mais com menos sem uma reflexão maior, estamos fazendo demais com recursos demais.

Os saltos quânticos do sucesso não serão percebidos, pois não há tempo. Eles serão dados provavelmente por organizações novas, que tornarão obsoletas as gigantes que antes reinavam. 

Questionar a si mesmo em suas crenças e verdades não é fácil. E não há tempo pra isso na agenda da maioria dos grandes executivos. Mas sem fazê-lo, seguirão tomando decisões a partir do mesmo olhar, do mesmo modelo. Ainda que eficientes, limitam-se pela sua própria eficiência, baseada em parâmetros mecânicos que impedem a extrapolação.. 

Inovar depende também de desafiar nossas verdades e de questionar aquilo em que acreditamos ser muito bons. E o segredo mesmo está no fato de que, ao fazer isso, as organizações tem percebido que não tinham tanta pressa assim. E que a reflexão pode trazer mais resultados do que a inconsciente e automática manutenção da pressa.

Quando permitimos que os modelos de gestão correlatos às estruturas mecânicas ocupem praticamente todo os espaços de gestão nas organizações, imediatamente nos prendemos a um padrão de consciência que pouco se desafia como exercício, e que elimina rapidamente as estranhezas e os desvios no modelo, Como disse Einstein; um problema não pode ser resolvido pelo mesmo estado de consciência que o criou. 

A disponibilidade de agenda para imersões reflexivas vem diminuindo na agenda de grandes executivos, e isto é uma pena. A pressão por resultados de curto prazo reduzem a capacidade inovadora dos profissionais e das organizações, e reduzem a possibilidade dos grandes saltos de resultado. A ritualização da vida corporativa também vem perdendo espaço, pois todos estes respiros vem sendo consumidos por agendas de produtividade. A produtividade, relação de volume produzido com tempo, foi o segredo do sucesso até a década de 80, talvez 90. A partir daí, não mais. 

Sua organização está repensando seus parâmetros de sucesso? Esta é uma boa conversa. 

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Renato Arruda

Inovação em Saúde | Empreendedorismo | Aprendizagem e Desenvolvimento

10 m

Brilhante como sempre! E como você me escreveu há pouco "Calma. Sinta. Pense." Como é difícil fazer isso depois de +25 anos "no corre"!

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