O Sincericida
Tenho lido e pensado muito sobre nosso amigo Julio Correia Neto. Ele chegou a um determinado patamar que lhe confere o direito de falar o que bem entender, sem medo e sem pensar em possíveis represarias. Eu o admiro. Também tenho refletido sobre o que fala um ótimo mentor que é o Carlos Alecrim que me falava: "não é o que se fala; mas como se fala". Como eu também o admiro tento juntar os dois caminhos e como libriano chegar a um ponto de equilíbrio, que deve existir. Falar a verdade nua e crua, mas sem agredir ou machucar o (s) interlocutor (es).
Mas como é difícil não falar o que parece óbvio. Aquela decisão que não vai dar em nada, aquele projeto que está fadado ao insucesso, uma série de reuniões e comitês que não chegam a lugar nenhum, só tomam tempo e ... cafezinho.
Queria ter a oportunidade de reunir CEO´s, CFO´s e outras sopas de letrinhas para uma palestra sobre o sincericida. Ele existe em suas empresas, podem acreditar e é facilmente reconhecido. É aquele cara que todos os outros gestores falam que só cria caso, que é do contra, que registra tudo por e-mail, que dá ideia nova o tempo todo. É aquele que empurra um projeto para andar, que não quer postergar, pois outro projeto já está em sua cabeça, mais inovação, mais motivação, mais envolvimento, mais realização, mais oportunidades, mais lucro, resultado e perenidade da empresa. Não é o seu cargo que deve permanecer é a empresa e a cultura.
O sincericida ainda não sabe ou ainda não aprendeu a como falar mas ele não tem nenhum viés negativo ou contraditório a não ser ao status quo. Ele quer a mudança, pois é a única coisa certa em uma organização e mudança requer esforço e trabalho; o que incomoda o acomodado. Aí é mais fácil cricificar, falar mal ou demitir.
As empresas, todas elas, tem alguns sincericidas, procurem, valorizem e use e abuse. Garanto que têm muito a ganhar, fora se esta acomodado com sua cadeira de Presidente ou Diretor. Coragem.