O TEMPO DA PERFECTIBILIDADE...

O desafio da perfectibilidade daquilo que precisamos melhorar é, antes de tudo, um desafio diário, constante e quase sempre árduo. Em tempos em que a polaridade das ideias ganharam voz e revelaram a alma das pessoas nas redes sociais, a responsabilidade de sermos melhores, tendo como alicerce a ética de sermos justos, precisa e deve ser constante. Em tempos em que ganhar "Likes e seguidores" , parece ser mais importante do que se construir relações solidas e verdadeiras, os pensamentos pessoais viraram motivos para separações, discussões e descontentamentos, causando dores e decepções. No campo democrático das ideias e nas batalhas verbais, não é de bom tom quebrar as regras do respeito ao outro, mesmo existindo diferenças,pois quando isso ocorre,viramos também alvos fáceis para material bélico verbal disparados, quase sempre, na intenção,não de ferir,mas de eliminar.

Ao comentar um post que dizia,” Vai presidente,mostra ao povo do Brasil quem manda e quem tem que obedecer”, recebi de imediato,além do xingamento ofensivo, uma sugestão nada favorável ao que acredito. De que deveria tomar no esfíncter, não disseram o que exatamente. Meu comentário em resposta ao post dizia,”Que democracia linda,há tempos não me sentia tão bem e tão livre”.

                  "A cadela fascista está sempre no cio”, já dizia o dramaturgo alemão Bertold Brecht, e é óbvio que qualquer cadela no cio tornar-se ávida e cheia de seguidores ,pois o cio libera hormônio. No ser humano, e neste caso,o tal cio libera também ódio, típico de qualquer regime que não tolera ser contestado e contrariado.

 Nessa história toda de post de um lado e resposta do outro, devo comunicar que eu e meu esfíncter somos amigos e parceiros desde de muito cedo,e mesmo sem usá-lo como fonte de prazer,a não ser o de colocar pra fora o que precisa sair por ordem natural da fisiologia, jamais me sentiria ofendido quando ele é exaltado de modo tão “nobre”, entretanto, o que me assustou ainda estava por vim. A internet, digo, as redes sociais, deram aos covardes a coragem de agredi e xingar tendo como escudo de defesa a distância. Pois bem, foi ameaçado, e isso sim,me assusta,pois quando o outro percebe que não conseguiu te atingir com violência verbal,de certo que o próximo passo é atingi-lo na testa,no peito e até no esfíncter se você virar de costas e tentar correr.

                  A polarização,como já disse, ganhou força, voz e personagem, ainda mais dentro do cenário político e tão caótico que vive o Brazil, ops, perdão! - o Brasil é com a letra S, o Z foi apenas descuido, possivelmente provocado por Bolsas e valores invertidos que estão em queda. Se eu fosse ilustrar tudo o cenário e tivesse como escolhas apenas duas opções, democratas ou republicanos, devo admitir que me apetece bem mais os republicanos do que democratas, desta forma defendo meus ideais políticos. Claro que no Brasil a questão é bem mais ampla e com mais polaridade do que na America do Norte.

                  O fato é que ao mudarem os tempos, alteram-se as vontades, os desejos e as ambições,mais o que não muda, desde a era cristã, é a sede ou a fome pelo poder, isso não muda seja para qual for o lado, seja qual for o partido. Atrelado ao poder existe algo que  pode derruba-lo quando não adestrado. O ego é , desde que o mundo é mundo e dentro de qualquer contexto filosófico ou não, o calcanhar de Aquiles de todo e qualquer político, mais que isso, de todo e qualquer ser humano que não consegue controlar a própria bomba que carrega.

                  No inicio do século XVII, Francis Bacon, um filosofo inglês, que aliás , foi afastado do cargo de juiz por corrupção, disse que "conhecimento é poder". Conhecimento é poder quando bem conduzindo e bem apresentado, quando compartilhado sem opressão e posicionamentos radicais, a historia prova minhas palavras através de exemplos dos grandes lideres mundiais , pessoas pacificadores e com inclinação ao bem comum da coletividade. Dizer que alguém é idiota, inútil ou não, faz parte da verdade que cada um acredita, e essa não muda a verdade que o outro tem e defende, mas dai usar o próprio descontentamento porque o outro não aceitou sua posição, é desconhecer o poder do respeito.

                  Qualquer pessoa que chegue a algum cargo onde o poder faz parte do oficio, não pode e nem deve fazer uso de ofensas, de imposições e humilhações , nem tampouco, discriminar quem come laranja porque conta de seu ávido amor a maça. Só quem já foi infeliz um dia sabe o preço da felicidade conquistada, mais que isso, sabe que a vida é breve e que dentro dela só cabe aquilo que podemos deixar de bom , isso é escolha, e escolhas são pessoais. Terminarei com algo que já disse em outro texto, lembrando palavras do bobo da corte do Rei Lear; " Pobre rei, envelheceu antes de ficar sábio".