O Tempo Subjetivo do Neocolonialismo na Escravidão Moderna
Se a mais longa das estradas também é a estrada mais curta que existe, inferimos nesse caso, que ambas, têm seu início e final exatamente no mesmo ponto. Esse ponto, conceituado como Tempo pelos nossos ancestrais, é um movimento fractal, onde se origina e orbita toda a existência que se multiplica exponencialmente a si em si mesmo, de forma simultânea, paralela e circular, criando camadas espirais, que são levadas por essas nano e hiper estradas que cruzam a superfície dos planetas espalhados na infinidade do universo.
Essas estradas que movimentam o intenso tráfico das arcas com sementes diluvianas, fazem dos planetas uma infinita floresta cósmica, preenchendo esse espaço sideral com Oásis e Édens repletos de Árvores da Vida tatuadas com Caduceus e Ankhs que indicam os frutos do conhecimento espalhados em cada celeste bosque encontrados nas galáxias e nebulosas.
De um ponto no morro, do alta da minha favela, pode-se observar em cada caminho; desses caminhos que levava e trazia histórias proseada em cada lar ao longo dessas belas estradas; a fatalidade da trágica trombada com a modernidade arrojada, que desaloja, a cada alqueire, uma porção de árvores que cedem suas vidas para dar lugar a pelourinhos e trono-escritório que empalham a história e toda a sua memória, acondicionando a vida nos paradoxais Museus da Liberdade e Escravidão.
Das melódicas e meditativas carroças até os carros velozes e furiosos, essa fatídica modernidade ocupou todos os espaços entre o ir e o vir, obrigando até mesmo a esses intrépidos veículos a andarem de marcha-a-ré por um pedaço de meia estrada ainda existente, mesmo retornando sem voltar no tempo espaço lento de outrora, esse processo nos aprisionou a linearidade de Cronos, nos fazendo seguir a Ordem e o Progresso estabelecido por Caos e comandado por Komo, sem ter ponto de chegada ou de partida, fazendo a gente se perder nesse labirinto criado por nós mesmo durante o processo da caminhada acolhida na estrada escolhida; Ecce Homo Sapiens...!!
As encruzilhadas que que se apresentam entre o sol e a lua diuturna, exibe escolhas, enquanto mostra as consequências, exige também as tomadas de decisões durante esses sedutores jogos realizados nas arenas romanas na estrada do neocolonialismo, em seus fatídicos campeonatos que promovem confrontos meritocrático tragicômicos entre cidadãos-pacientes terminais e em coma. Campeonatos que são realizados meramente para agradar o fino paladar antropofágico dessa sanguinária elite predadora e nefasta.
Dessa forma, a modernidade tem nos transformado em canibais e atrações principais para o deleite dessa elite que, como príncipes reais, vêm montados em seus sedutores Alazões-de-Troia, confundindo crinas e cabelos lisos, além dos olhos azuis, trazendo o vírus que transformam pessoas livres em impávidos vassalos voluntários, orgulhosos do lugar que ocupam na perpetuação e banalização do mal. E assim caminha a desumanidade nessa estrada cercada de mausoléus assombrados pela própria sombra, formatando essa sociedade-cemitério que reedita Casagrande e Senzala acumulando corpos negros na vala comum da inconsciência white.