Onde está o seu diferencial? Empoeirando em um quadro na parede?
Nas últimas semanas eu tenho utilizado muito o serviço de Uber, pois fiquei sem carro. Como sou muito visual, ao entrar em um ambiente eu fico observando tudo a minha volta e prestando atenção nos detalhes que muitas vezes passam despercebidos por outras pessoas. Nos carros de Uber em que entrei nesses últimos dias, me fizeram ficar com sensação de que o serviço deles não era o mesmo de quando iniciaram, pelo menos para mim e para a minha filha de 3 anos, um dos diferenciais deles, que conquistou as pessoas no início, parecia ter se perdido.
Minha filha Valentina, tem 3 anos de idade, e pelo que me lembro ela nunca pegou um taxi na vida, porem ela era uma cliente apaixonada pelos Uber. Ao entrar em um carro ia logo procurando onde estavam as balas e puxando assunto com o motorista que por sinal, eram sempre simpáticos, e ao final da corrida a premiavam com um pirulito.
Ela ficava tão satisfeita com o atendimento, que mesmo quando estávamos de carro me pedia para chamar um Uber (risos).
Hoje foi um dia daqueles em que precisei chamar um Uber para levar a Valentina para a escola. Como de costume, ela entrou no carro e já foi a procura pelas balas, mas dessa vez, ela não encontrou. Como criança não pensa muito antes de emitir sua insatisfação, ela logo foi perguntando em voz alta
“_Mamãe, não tem bala nesse Uber?“
Vendo que realmente não tinha, ela tentou a sua segunda estratégia:Puxar assunto com o motorista para ver se ganhava um pirulito no final da corrida.
Mas dessa vez, não adiantou contar o nome de todas as suas bonecas e quantos anos tinham, o motorista estava com algum outro problema na cabeça que fez com que ele não prestasse muita atenção... E assim a corrida terminou, e a Valentina foi para sua escola com uma outra percepção sobre o serviço que ela tanto gostava.
E infelizmente isso acontece nas empresas e em nossa carreira com frequência, se não prestarmos muito atenção. No início, aquela ideia de negócio parecia ser tão fantástica, que fazíamos de tudo para criar o nosso diferencial e encantar os nossos clientes, mas ai vai passando o tempo, nós começamos a ganhar cada vez mais mercado e ser reconhecidos pelo nosso diferencial, que acabamos esquecendo dele, e acabamos nos igualando ao comum, á mesmice do que as pessoas já faziam.
_Atendimento de qualidade? Não! Isso não é mais importante.... As pessoas já conhecem o meu produto ou serviço, sabem que é o melhor! Agora preciso me preocupar com os custos, com escala, com como aumentar o lucro. E com esse pensamento, nós vamos deixando a desejar no atendimento, na percepção de valor do nosso público, e acabamos abrindo brechas para outros negócios entrarem e reconquistarem os nossos clientes.
O mesmo acontece em nossa carreira. Quando passamos a acreditar que somos o melhor profissional da nossa área, nós também deixamos de querer aprender sempre mais, de estar atento ao mercado, de escutar a opinião de outros profissionais, e quando menos se espera, o bonde passou, uma nova geração chegou, ou um novo perfil profissional foi criado, e você ficou ultrapassado.
Tire o seu diferencial da parede e coloque ele na sua cabeça e no seu coração.
Carla Mendes
Analista de Sistemas JDE/ SQL
6 aLegal o texto pela mensagem, porém o caso do Uber é que reduziram remuneração ao motorista, optaram por focar no preço baixo.
Consultor de TI | Contract Specialist | Scrum Master - PSM l | Kanban - KMP I | Project Manager | Functional Analyst
6 aExcelente analogia.
Gerente de Recursos Humanos, Projetos
6 aMuito Bom Carla. Realmente, qual o valor agregado? seu diferencial? O que faz escolher A e não B? Se ambos prestam o mesmo serviço? Não podemos deixar o brilho no olhar se apagar. Pelo contrario, mesmo sendo o melhor, não esquecer de entregar nossa "balinha". Pois foi "ela" que no começo ajudou a chegar onde queríamos. Abs