OS CONSELHEIROS CONSULTIVOS E AS FINANÇAS

OS CONSELHEIROS CONSULTIVOS E AS FINANÇAS

Oscar Felizzola Souza

Mestre em Sistemas de Gestão; Engenheiro; Conselheiro ; Professor; Desenvolvedor de Negócios

Os Conselheiros Consultivos lidam com desafios complexos e um dos principais se refere às Finanças. É importante ressaltar que o papel dos Conselheiros  Consultivos é recomendar ou aconselhar e a execução fica a cargo dos Executivos. No entanto, o Conselho é o responsável por indicar a direção e monitorar se a execução está sendo feita como planejada.

No cenário empresarial de hoje os Conselhos têm um papel primordial na orientação da estratégia e na supervisão das empresas. As Finanças aparecem como um componente central das responsabilidades dos Conselheiros, exigindo dos mesmos o entendimento dos relatórios financeiros e o acompanhamento de indicadores chave.

Tabela contendo a lista de conhecimentos mais importantes para um(a) Conselheiro(a)

Em uma publicação denominada Board Members LATAM 23/24 é apresentada uma tabela ,mostrada na figura acima , listando os conhecimentos mais importantes para um membro de um Conselho. O conhecimento em Finanças aparece em 1º lugar nessa tabela ( com 65,2 %) entre os 11 conhecimentos mais importantes para um Conselheiro.

Agora, que tipo de conhecimento em Finanças o(a) Conselheiro(a) Consultivo(a) necessita entender ? Para uma atuação eficaz em um Conselho, o(a) Conselheiro(a)  Consultivo(a) deve buscar conhecimentos em diversos assuntos da área financeira. Aqui apresenta-se alguns detalhes sobre cada um desses assuntos : 1- Análise Financeira :Envolve a avaliação e interpretação de demonstrações financeiras, indicadores de desempenho, fluxo de caixa e análise de riscos financeiros; 2- Estratégia de Negócios: É referente à compreensão das metas e objetivos da organização, assim como à formulação de estratégias financeiras em alinhamento com a visão geral do negócio; 3-Gestão de Riscos: Envolve a identificação, avaliação e mitigação dos riscos financeiros que podem impactar negativamente à organização, assim como o risco de mercado, risco operacional e risco de crédito;4- Planejamento Financeiro: Refere-se ao desenvolvimento de planos financeiros abrangentes que abordem temas como orçamento, previsão de receitas e despesas, gestão de ativos e passivos e planejamento tributário;5- Avaliação de Investimentos: Compreende a avaliação de oportunidades de investimentos, levando-se em conta fatores como retorno esperado, risco, liquidez e valorização potencial; 6- Contabilidade: Compreende o conhecimento básico de Contabilidade para que seja entendida as demonstrações contábeis. As demonstrações contábeis proporcionam  uma representação estruturada da posição patrimonial e financeira, do desempenho e dos fluxos de caixa da organização, de modo que avaliações e decisões possam ser tomadas; 7- Mercado Financeiro: Envolve o acompanhamento das tendências e desenvolvimentos no mercado financeiro, incluindo taxas de juros, câmbio, mercados acionários e regulamentações financeiras.   

É muito importante que o(a) Conselheiro(a) Consultivo(a) se mantenha atualizado nos assuntos acima descritos para fornecer insights e orientações de caráter financeiro que sejam eficazes para a organização.

Existem algumas Normas ISO ou ABNT NBR ISO que podem ajudar os Conselheiros Consultivos em assuntos relacionados aos aspectos financeiros de uma organização. Essas Normas são as seguintes : 1- ABNT NBR ISO 55001:2024 ( Gestão de Ativos-Sistemas de Gestão- Requisitos); 2-ISO 55000:2024 (Asset management — Vocabulary, overview and principles);3- ABNT NBR ISO 55002:2020 (Gestão de Ativos-Sistemas de Gestão-Diretrizes para a Aplicação da ABNT NBR ISO 55001);4-ABNT NBR ISO 31000:2018 ( Gestão de Riscos-Diretrizes); 5- ABNT NBR ISO/TR 31004:2015( Gestão de Riscos – Guia para Implementação  da ABNT NBR ISO 31000).

Outra importante referência para a área financeira e também para a de compliance é a COSO.  A COSO (Committee of Sponsoring Organizations of the Treadway Commission) é uma organização privada criada nos EUA  em 1985  para prevenir e evitar fraudes nos procedimentos e processos internos das empresas. O COSO é uma organização sem fins lucrativos, dedicada a melhoria dos relatórios financeiros, sobretudo pela aplicação da ética  e efetividade na aplicação e cumprimento dos controles internos e é patrocinada pelas cinco das principais associações de classe de profissionais ligados à área financeira nos EUA. Em decorrência da globalização  e padronização internacional das técnicas de auditoria contábil e financeira, as recomendações da COSO, relativas aos controles internos, bem como seu cumprimento e observância, são amplamente praticados e tidos como modelo e referência no Brasil e na maioria dos países.  

Embora o(a)  Conselheiro(a)  Consultivo(a) deva possuir conhecimentos básicos em Finanças, que estão entre aqueles já mencionados, não é necessário que seja especialista em Finanças, mas entender o suficiente e, principalmente ser curioso(a) e questionador(a). Ser curioso (a) e questionador(a) se refere à atitude de perguntar sobre aquilo que não conhece, não compreendeu ou que pensa estar fora do esperado. O(A) Conselheiro (a) deve envolver colegas em suas inquietudes e procurar auxílio profissional, se for preciso. É importante enfatizar que saber a quem perguntar e como avaliar a resposta obtida é uma habilidade fundamental  para um(a)  Conselheiro(a). 

Conclui-se que os Conselheiros Consultivos devem , com suas recomendações ou aconselhamentos, atuar no sentido da preservação da saúde financeira da empresa ou organização, de maneira a garantir que a gestão financeira seja prudente, estratégica e alinhada com os interesses de longo prazo dos sócios ou acionistas e de outras partes interessadas. 

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