Os convidados
Se fosse escrever sobre o sentimento de hoje, talvez um trechinho de Fernando Pessoa me salvasse:
" (...) Tudo em mim é tendência para seguir outra coisa, uma impaciência da alma consigo mesma, como uma criança inoportuna; um desassossego sempre crescente e sempre igual. Tudo me interessa e nada me prende".
Lembro-me de "adotar" essa narrativa num momento de despedida, voluntária, de uma das melhores experiências profissionais que tive.
Mas a intenção mesmo, já rabiscada e rasgada há algum tempo, é sobre a disciplina que precisamos para manter vivas as nossas regras e direções.
Então, "guardo" Fernando Pessoa e seu Livro do Desassossego (essa palavra é a mais emblemática, para mim, do vocabulário genuinamente português ....de Portugal).
Convido Kant, meu filósofo favorito, para compor essa escrita, cujos os estudos e ensinamentos, refinaram o conhecido princípio da Dignidade da Pessoa Humana (calma, não vamos escrever sobre Direito, não tenho essa habilidade).
Kant era absurdamente metódico e disciplinado, a ponto das pessoas em sua cidade estarem seguras em acertar as horas, por observarem e conhecerem a sua rotina; algo que pode parecer exagerado e sem sentido (aos alheios), mas certamente o preenchia de satisfação.
É por aí que, vez ou outra, nos deparamos com perguntas, próprias ou alheias (por qual motivo o alheio quer que provemos o porquê fazemos o quê fazemos?).
Porque preciso me alimentar bem?
Preciso mesmo fazer atividade física?
Para que estudar mais e me aprimorar se não serei promovida?
Escrevendo, imagino o que nosso filósofo falaria.....talvez nos perguntasse porque tanta desculpa... e arremataria: "Ciência é conhecimento organizado. Sabedoria é vida organizada".
Quando criança, não gostava de ler, mas admirava quem lia e adorava ouvir histórias.
Como boas amizades e bons exemplos costumam nos resgatar da falta de bons hábitos, tive o privilégio de aprender a gostar de ler. Mérito da minha amiga da adolescência, Carolina, leitora voraz. Como a diversão de tagarelarmos só acontecia depois da leitura, calculei (certo) que seria melhor ler também, assim teríamos mais assuntos a tagarelar....e muitos sonhos "para sonhar".
Passei a cultivar o hábito; aprendi outros com a Carol, como comer mamão com sementes....até os dias de hoje.
Exigiu de mim disciplina, assim como é para várias coisas do dia a dia, além de conquistas importantes.
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É assim comigo, é assim com todos nós. "Não tem almoço grátis", diz meu pai (a frase obviamente não é dele, mas funciona para mim como se fosse).
Essa "tal" disciplina que precisamos, não TER como uma mercadoria em exposição para comprar, mas CULTIVAR, incessantemente, sem pestanejar.
Para o cultivo, que tal um empurrãozinho de exemplo, por meio da leitura?
Quando penso em disciplina (e nas minhas tentativas humanas de sabota-la), uma história brilhante me vem à mente: " 100 dias entre o céu e o mar" de Amir Klink.
Uma das leituras mais marcantes, gravada em minha memória. Fonte que me acolhe em momentos desafiadores, especialmente os profissionais.
Acalenta as dores.
Ensina a ter coragem de partir e disciplina para chegar.
Disciplina para conquistar o mar, sabendo que jamais poderemos domina-lo, mas que ele "é um caminho e não um obstáculo".
Escrevo para aliviar um sentimento não programado e para provocar reflexão (em mim mesma, mas quero dividir):
Identifique o mar que deseja conquistar, tenha coragem para partir nessa busca, cultive a disciplina para alcança-la. Dori, a amiga do pai do Nemo resumiria: "continue a nadar."
As dores, o cansaço e a preguiça virão, mas não precisam ser convidados a ocupar lugar de destaque na embarcação!!
PS: Amir Klink é autor de vários livros que registram suas aventuras náuticas. Sua filha, Tamara Klink (@tamaraklink) é a mulher mais jovem a realizar uma travessia pelo Oceano Atlântico sozinha.
Conselho de Adm. | Compliance |Gerente Executiva - Gestão de Atenção à Saúde na Unimed do Estado do Paraná
2 aObrigada!!🥰
Controladoria | Informações Gerencias
2 aMto Ari!!, vou compartilhar!