Os limites do Home Office
O home office tornou-se o um dos principais modelo trabalho no Brasil nos últimos meses devido a pandemia da Covid-19. As empresas se viram obrigadas a adotar o home office para manter a rotina de trabalho e faturamento diante das medidas de isolamento social imposto pelas autoridades governamentais e sanitárias.
No entanto, tem sido constantes as reclamações de funcionários devido ao aumento de trabalho, aumento de carga horária, aumento de custos, controle rígido, exigências exageradas entre tantas outras.
Trabalhar remotamente não significa que o trabalhador deva estar 100 % do tempo disponível ao empregador. Apesar de haver flexibilidade, o empregado não deve e nem pode trabalhar 12 horas por dia ou ser acionado pela empresa em qualquer horário ou dia ou fora do expediente previamente combinado. A CLT em seu artigo 6º não distingue o trabalho remoto do presencial, desde que caracterizados os pressupostos da relação de emprego, por isso que desvios do contrato de trabalho estão sujeitos a penalização ao empregador que descumprir a legislação trabalhista.
O home office precisa ser levado a sério pelas empresas e funcionários. Esse formato demanda um olhar diferenciado sobre os funcionários que por vezes trabalham por horas sem parar para entregar o melhor resultados as empresas.
É preciso deixar de lado essa mentalidade de que no home office o funcionário não produz, trabalha pouco, não é comprometido e que precisa ser controlado a qualquer custo pelo temor que a distância impeça o monitoramento e controle das equipes e impacte negativamente nos resultados da empresa.
O raciocínio é simples; o funcionário está entregando aquilo que foi solicitado no prazo estipulado?! Se a resposta é sim, não deveria ser tão relevante os métodos, horários e tempo gasto.
O home office se implementado na maneira correta possibilita que os profissionais produzam muito mais do que fariam presencialmente na empresa e que por vezes até acumulam mais trabalho do que se estivessem presencialmente.
Evidente os benefícios que os home office traz ao empregado referente a qualidade de vida, tempo descolamento, mais tempo com a família e redução de custos. Mas existe uma linha bem tênue entre esses benefícios e os malefícios que podem ocorrer, por isso é preciso cuidado ao lidar com esse modelo de trabalho.
Em relação à empresa especificamente, tem-se a redução de custos com espaço, ferramentas de trabalho, aluguel, água, energia, material de limpeza, e outros gastos de manutenção do dia a dia no ambiente de trabalho. Ainda, permite a extinção de funções que são essenciais para a manutenção da estrutura da empresa em um espaço físico, gerando economia e aumento do lucro.
Já o funcionário que apesar de diminuir os custos com transporte, tem elevado custo com aumento de gastos com energia elétrica, água, alimentação, internet, manutenção e compras de equipamentos de trabalho. Além do estresse de conciliar a rotina pessoal com a profissional no mesmo espaço, fator emocional que mais pesa nas rotinas de trabalho.
As empresas precisam fornecer apoio financeiro que é essencial para motivação e reconhecimento. O home office reduz os custos da empresa e aumenta alguns custos ao funcionário. Nada mais justo que equilibrar essa conta.
Mais importante que o apoio financeiro é a compreensão sobre os fatores que influenciam a rotina do home office e que por vezes alteram substancialmente o modo pelo qual o funcionário está acostumado a trabalhar. Produtividade e resultado estão atrelados ao reconhecimento, respeito e empatia.
O modelo de trabalho home office é uma excelente alternativa para a grande maioria dos negócios em especial aos novos modelos de empresas do mercado 4.0, pois traz benefícios ao empregado e empregador. No entanto esse modelo exige resiliência e flexibilidade dos gestores para gerenciar pessoas e empresas, diante das limitações que existem e que precisam ser superadas constantemente.