Os mais velhos também empreendem – sim ou não?

Os mais velhos também empreendem – sim ou não?

Dois estudos diferentes e aparentemente contraditórios põem em evidência a necessidade de construir um portefólio de competências valiosas para a criação de negócios logo a partir do início das carreiras profissionais, ainda que esses negócios só venham a ser criados mais tarde, quando os seus fundadores atingem uma idade mais madura.

A possibilidade de os trabalhadores em final de carreira fundarem os seus próprios negócios como forma de prolongamento da vida ativa é um elemento central das políticas de gestão do “talento senior”, tanto públicas como privadas.

Mas terão eles capacidade para o fazer? Quais são as suas hipóteses de sucesso?

Os dados existentes são contraditórios: um estudo citado por João Cotter Salvado no Observador (“Os mais velhos também empreendem (e não é pouco!)”) sugere que um fundador com cerca de 50 anos tem uma probabilidade de sucesso duas vezes superior a um fundador com 30 anos, e que as start-ups mais bem sucedidas são fundadas por indivíduos entre os 40 e os 50 anos. Razão apontada: a vantagem da experiência.

Contudo, um outro estudo da Universidade de Stanford aponta em sentido aparentemente inverso. Conforme salientado no artigo “Rethinking the Relationship between Age, Business Acumen, and Entrepreneurship”, o envelhecimento das sociedades está a afetar negativamente o seu potencial de empreendedorismo. Razão: as sociedades mais jovens oferecem mais oportunidades para que os trabalhadores aprendam mais cedo as competências que lhes permitirão ter sucesso na criação de negócios.

É possível que estes resultados não sejam contraditórios: é possível que as maiores taxas de sucesso atualmente conseguidas pelos trabalhadores de meia-idade seja consequência de aprendizagens realizadas numa idade mais jovem, quando o envelhecimento da sociedade era menos acentuado.

Note-se que esta hipótese, na realidade, confirma o estudo de Stanford. Se o sucesso na criação de novos negócios por trabalhadores em fim de carreira depender das aprendizagens feitas duas ou três décadas antes, as conclusões a tirar são evidentes, tanto para as empresas como para os governos: a preparação para o empreendedorismo senior tem de fazer parte das políticas de desenvolvimento e de formação ao longo da vida logo desde o início das carreiras, ou mesmo na escola.

Afinal, como diz o ditado, “é de pequenino que se torce o pepino”.

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5 a

Claro que sim, empreendedorismo com maturidade tem outra segurança

Diogo Vasconcelos

🔋 PM BESS II Madeira Island | HEU & CEF Projects | Electric Mobility... (because in the end it's all about keeping the "Lights ON"!!! ⚡)

5 a

"Better late than never…"

Maria João Louro

Business Principal Employee Benefits Expert

5 a

A resposta dos “experientes” ao empreendedorismo eh claramente positiva, trata-se pois de alavancar uma enorme experiencia, varias áreas, com capacidade, energia e vontade de fazer acontecer. Obrigada pelo artigo.

Lourenço Dias Silva

Profissional independente de Gestão educacional

5 a

Sim

Se existisse uma estruturação da sociedade diferente poderíamos ter uma maior quantidade de seniores a empreender, fazendo valer a sua experiência e o seu saber e, claro, entusiasmo por um novo projecto onde eles são os próprios mentores. Aliás, isto leva-nos à discussão do papel dos mais seniores nas organizações e à forma como NÃO são aproveitados (na esmagadora maioria dos casos), não para serem mais explorados ou rebaixados, ou assediados, mas para desempenharem outros papéis válidos e importantes (para o sucesso de qualquer empresa que quer ter futuro) como mentores, consultores de gestão, formadores, motivadores, auditores. Para aqueles que assim o pretendessem, ter uma plataforma de start-up para uma atividade que, em muitos casos, até poderá ser conexa com a própria empresa. A empresa seria assim também uma incubadora de outras empresas sem receio de concorrência pois o trabalho em rede seria, obviamente, decorrente dessa forma de se desenvolver.

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