Os tropeços da AEG nos campos de futebol brasileiros
Quando chegou ao Brasil, em 2011, a gestora de arenas americana AEG apostava na construção de 12 novos e modernos estádios para a disputa da Copa do Mundo como forma de vender seus serviços.
Uma das maiores empresas de esporte e de entretenimento do mundo, a AEG é proprietária ou faz a gestão de 120 arenas em cinco continentes, entre elas o Staples Center, em Los Angeles, o O2, em Londres, e a Mercedez-Benz Arena, em Xangai. Ela apostava nesse expertise para conquistar clientes locais.
Ao longo do tempo, ela entrou na gestão do Maracanã e da Arena Pernambuco, que fizeram parte da Copa do Mundo, e passou a cuidar do Allianz Parque, o estádio do Palmeiras, erguido pela construtora WTorre.
Mas pouco mais de um ano e meio do fim da Copa do Mundo, a AEG enfrenta seu momento mais delicado no mercado brasileiro. Ela vive em litígio com seus principais clientes e está sem receber deles há um bom tempo, apurou o blog BASTIDORES DAS EMPRESAS.
No caso do Allianz Parque, a empresa cobra uma dívida estimada em R$ 4 milhões, cujo contrato foi rompido, oficialmente, pela WTorre, em fevereiro deste ano. No Maracanã e na Arena Pernambuco, onde faz a gestão da arena, ela não recebe da Odebrecht, que lidera as concessões, há pelo menos 12 meses.
Além desses três estádios, a AEG não conseguiu avançar com a negociação da arena do Grêmio, contrato que considerava como praticamente fechado no ano passado.
Diante desse cenário, aumentaram os rumores de que a AEG está reavaliando seu negócio no Brasil, considerando, inclusive, a opção de deixar o País ou manter uma operação reduzida por aqui, até que o cenário econômico melhore.
“Não existe a mínima chance de deixarmos o Brasil”, afirmou Venâncio Castro, diretor executivo da AEG Brasil. “Quando fazemos um investimento, pensamos no longo prazo.”
Cauteloso, Castro admite os problemas com os atuais clientes, mas diz que tudo está sendo feito de forma transparente em negociações com cada um deles.
Questionado sobre o atraso dos pagamentos, o executivo da AEG Brasil preferiu não comentar, alegando que esse é assunto interno e de interesse apenas das partes envolvidas. “Está tudo sendo tocado de forma profissional”, disse Castro.
O executivo diz que vê alternativas de novos contratos em arenas menores e até mesmo em teatros, como forma de buscar novas fontes de receita para a empresa. “Ninguém está desapontado com o Brasil”, afirmou Castro. “Fazemos negócios na Turquia, China, Austrália e Nova Zelândia, sabemos das dificuldades de cada país.”
A AEG Live, seu braço de shows, que representa o beatle Paul McCartney e o grupo de rock Rolling Stones, não deve operar no Brasil no curto prazo, nem se envolver na promoção e produção de eventos. Hoje, esses shows são negociados diretamente com a matriz em Los Angeles com os promotores locais, como a T4F (Time for Fun).
Professor UNISINOS/ Pesquisador do Observatório das Metrópoles / Núcleo Porto Alegre e Diretor na Equilíbrio Consultoria
8 aÓtimas informações. As "arenas" como os shoppings são investimentos caros e que, em muitos casos, não dialogam bem com a economia de nossas cidades. E o impacto nos setor de comércio e serviços tem sido negativo quando os modelos de fora são implantados sem levar em conta nossa realidade. Se tiveres estudos sobre isso e puderes disponibilizar eu gostaria de incorporar em minhas pesquisas. Abraço.
Diretor Geral na Agro Systems Limitada
8 aInteressante se saber!