Panorama Econômico Mensal | Outubro de 2024

O mês de setembro foi marcado por ajustes nos juros, em especial na Zona do Euro, Brasil e Estados Unidos, além de manutenção em algumas economias, com a chinesa e a japonesa.

A expectativa dos economistas e analistas é de mais uma alta de +0,25 p.p. nos juros japoneses ainda em 2024, contudo, as autoridades locais estão cautelosas em relação aos efeitos de uma alta neste momento, visando o que aconteceu no início do mês de agosto, decidindo por manter os juros inalterados na reunião de setembro.

Na Zona do Euro e nos Estados Unidos a decisão foi por corte de juros, por entender que o atual patamar segue ainda muito restrito.

Nos Estados Unidos o mercado de trabalho, divulgado através do relatório Payroll, apresentou criação de vagas muito abaixo do esperado, incluindo revisões passadas menores do que divulgadas anteriormente, o que indicou uma possível queda brusca da maior economia do mundo.

Esse cenário forçou os investidores a reverem suas projeções de juros norte-americana para baixo, fazendo com que os juros futuros caíssem em média 7% no curto e médio prazo.

No Brasil o cenário foi um tanto diferente, com o Copom subindo juros mediante justificativa de atividade econômica muito forte, mercado de trabalho mais resiliente e ausência de compromisso com as metas fiscais.

Com dados do PIB do 2º trimestre acima das expectativas e o mercado de trabalho ainda muito forte, os juros futuros aceleraram em todos os vencimentos, com destaque para os vencimentos mais curtos.

O ambiente doméstico desafiador fez com que o investidor estrangeiro buscasse segurança em outros ativos globais, fazendo com que o fluxo do mês terminasse negativo, interrompendo a sequência de dois meses consecutivos de entrada de recursos estrangeiros.

O destaque para o mês, dentre as principais bolsas, foi a bolsa chinesa. O combustível para a alta de +17,4% foi o anúncio das autoridades do maior pacote de estímulos desde a pandemia, com sinalização de cortes em uma ampla gama de taxas de juros e uma injeção de liquidez de 1 trilhão de iuanes (140 bilhões de dólares) no sistema financeiro, entre outras medidas.

O movimento global de queda de juros norte-americanos também impactou o dólar, que caiu contra a maior parte das moedas.

Em um ambiente desafiador como o de preços historicamente altos das ações norte-americanas, perspectivas de redução de juros pelo Fed em contrate do possível aumento dos juros japonês e brasileiro, o cenário ficará mais claro à medida que os dados forem esclarecendo qual medida cada autoridade monetária irá tomar individualmente e como isso impactará no fluxo global.

A diversificação continua sendo o melhor caminho, entretanto, oportunidades podem surgir com ambiente mais volátil.

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