Pare de trabalhar...

Pare de trabalhar...

A palavra “trabalho” tem origem etimológica no Latim e se origina em “trapalliu”. E trapaliu tem origem em “tripalium” que, ao pé da letra, significa “três paus” (“tri” = três e “palos ou palium” = paus). Na Antiguidade, os capatazes usavam um instrumento de tortura composto por três paus amarados por meio de cordas ou correntes, tal como um chicote. Eles usavam esse instrumento para submeter e obrigar os escravos a executarem 'trabalhos' pesados e extenuantes. 'Trabalhos' pesados, repetitivos, cansativos, insalubres, mecânicos e musculares eram, e ainda são, executados por escravos ou ‘trabalhadores’ de baixa escolaridade. O objetivo dos capatazes era, e ainda é, elevar a produtividade geral da força de ‘trabalho’. Isso explica porque milhões de pessoas se deprimem após as 18h de Domingo.

… e comece a criar...

A ideia corrente e generalizada de que o sucesso é consequência de 10% de inspiração e 90% de transpiração pode até ser aplicada em alguns casos, mas, acredito eu, atualmente, com o avanço tecnológico, essa afirmação, numa grande parcela dos casos, depende do referencial do observador.

Tarefas ‘criativas’ (inventivas) frequentemente são mais intelectuais que musculares, muito embora estejam associadas às tarefas de pesquisas, desenvolvimentos, prototipagens, ensaios e lançamentos comerciais, as quais, para muitos, até poderiam ser classificadas como “transpiração”.

Pessoas e profissionais que atuam em áreas diretamente ligadas às suas verdadeiras, originais e autênticas vocações demonstram maior capacidade de pensar criativamente. Afinal, estão diuturnamente envolvidos em atividades que, para elas próprias, são prazerosas e gratificantes. Pessoas que usam os seus dons e talentos naturais para fins profissionais são mais criativas e inventivas. Afinal, para essas pessoas, tais tarefas não são “escravizantes”. Muito pelo contrário, são tarefas tão prazerosas que, ao contrario de as levarem à fadiga, são tarefas energizadoras e retroalimentadoras no sentido de que carregarem as nossas baterias e alimentam fisiológica, mental e espiritualmente essas pessoas.

A vocação é frequentemente vista como uma manifestação do talento ou da habilidade natural de alguém em determinada área. Estudos neurocientíficos têm mostrado que quando uma pessoa está trabalhando em algo que considera sua vocação ou paixão, há um aumento na atividade do sistema de recompensa cerebral, envolvendo estruturas como o núcleo accumbens e o estriado ventral, que são responsáveis pela motivação e sensação de prazer. Isso implica que indivíduos com vocação para uma determinada área tendem a ser mais motivados e, consequentemente, mais criativos, já que a paixão e o engajamento constante reforçam a plasticidade cerebral e as conexões criativas. (Fonte ChatGPT).

O conceito de "fluxo" (ou flow), proposto por Mihaly Csikszentmihalyi, é um estado psicológico altamente produtivo em que uma pessoa está imersa e profundamente envolvida em uma atividade. Estudos neurocientíficos têm mostrado que o estado de fluxo é caracterizado por uma combinação de baixa atividade nas áreas cerebrais de autocontrole e uma maior ativação nas regiões relacionadas ao processamento criativo e à resolução de problemas. Nesse estado, indivíduos frequentemente demonstram maior inventividade e desempenho aprimorado em tarefas criativas, uma correlação direta com a vocação e o talento. (Fonte ChatGPT)

Estudos com indivíduos altamente criativos sugerem que essas pessoas podem ter diferenças estruturais no cérebro, como maior densidade de matéria cinzenta em áreas relacionadas ao processamento de informações e solução de problemas. Além disso, a sinapse eficiente e as conexões cerebrais transmodais (a capacidade de combinar informações de diferentes áreas cognitivas) são características comuns de pessoas criativas, o que pode estar relacionado ao talento e à vocação. (Fonte ChatGPT)

...identificando suas próprias vocações, dons e talentos.

Os exercícios de auto-conhecimento e auto-descoberta, com o propósito de se identificar vocações, dons e talentos, deveriam fazer parte da coluna vertebral dos sistemas de ensino e dos projetos didático-pedagógicos de qualquer escola séria de ensino fundamental e médio.

Infelizmente, nossas escolas particulares, mais preocupadas em adestrar para vestibulares e o domínio rudimentar do inglês, com honrosas e raríssimas exceções, mal elaboram “testes vocacionais” para seus estudantes. Praticamente, nenhuma delas oferece um serviço estruturado, planejado e decente de “orientação vocacional” que pudesse se desenvolver, ao longo dos 16 anos de escolarização (4 anos de ensino pré-escolar, mais 9 anos de ensino fundamental, mais 3 anos de ensino médio) para, psicopedagogicamente, conduzir os estudantes por atividades, experiências e dinâmicas multi e transdisciplinares que os ajudasse a “se identificar”, “se enxergar” e “se autoconhecer”.

O Instituto Félix 6.0 – Liceu de Artes e Ofícios, a primeira universidade infanto-juvenil do país, está quebrando essa perniciosa tradição da educação brasileira, implantando uma nova e especial disciplina, denominada “Seja você mesmo”, conduzida exclusivamente por uma equipe de psicopedagogos e neurocientistas, com o propósito de propor atividades, intra e extra classe, para todas as séries (iniciando no pré, passando pelo fundamental e ate o médio), monitorando e acompanhando as jornadas de cada estudante ao longo desses preciosos e críticos 16 anos iniciais de suas vidas. É inadmissível e inaceitável que, passados um quarto do atual século, nossos estudantes saiam do ensino médio e batam às portas das empresas e das universidades ignorando completamente as suas próprias competências e habilidade. Ignorando as suas vocações, dons e talentos naturais.

Isso faz sentido para você?

Aguardo seu comentário.

Leonardo Molinar

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