Participação Feminina nos Conselhos de Administração
Começo meu artigo com uma frase de Abraham Lincoln: “Os dogmas do passado silencioso são inadequados para o presente tempestuoso. Como nosso presente é novo, devemos pensar de uma maneira nova e agir de uma maneira nova”.
Terminar a formação Lean Governance da Board Academy despertou em mim uma nova maneira de pensar e agir a partir de agora.
Nesta jornada, aprendemos não apenas teorias e conceitos, mas também a importância da colaboração, da troca de experiências, do respeito às opiniões, da valorização das habilidades individuais de cada um de nós e da diversidade. Uma diversidade que não apenas melhora o relacionamento entre conselheiros, executivos e acionistas, mas que também mostra a todos os stakeholders que há uma preocupação por parte da empresa em obter um aconselhamento estratégico mais preciso, proveniente de uma sociedade plural e diversa. Precisamos reconhecer que mulheres nos conselhos administrativos não apenas promovem a igualdade de gênero, mas também traz benefícios tangíveis para o sucesso e a sustentabilidade de grandes organizações ou startups, tornando-as mais antifrágeis e adaptáveis em um cenário de negócios em constante mudança.
Sim, a diversidade é a principal chave para conselhos mais eficientes. A participação das mulheres em conselhos de administração subiu de 14% para 16% em comparação com 2021, segundo estudo inédito concluído pelo ACI Institute, da consultoria KPMG no Brasil. O estudo, que analisa 293 companhias de capital aberto, mostrou também que o percentual de empresas listadas com executivas em seu board subiu de 63% para 71% nesse ano. E um dado ainda mais alarmante: segundo dados divulgados pelo Instituto Ethos, apenas 4,2% dos Conselhos Administrativos das empresas é composto por mulheres negras, apesar de elas formarem o maior grupo populacional do País, segundo dados do IBGE. Para inovar e se manter relevante, é preciso incluir todas nós. Esse é o começo de uma jornada sem volta rumo à diversidade nos Conselhos.
É preciso entender que ter mais mulheres nos conselhos de administração é fundamental por várias razões. São elas:
1. Maior Diversidade de Pensamento: Mulheres trazem perspectivas diferentes e enriquecedoras para a tomada de decisões, promovendo a diversidade de pensamento, o que pode levar a soluções mais criativas, inovadoras e eficazes.
2. Maior Representatividade: A presença de mulheres nos conselhos reflete a diversidade da força de trabalho e dos clientes, aumentando a representatividade e a sensibilidade às necessidades e interesses das mulheres.
3. Maior Equidade de Gênero: Promover a igualdade de gênero é uma questão de justiça social. Ter mulheres em cargos de liderança demonstra um compromisso real com a equidade e igualdade de oportunidades.
4. Melhora do Desempenho Empresarial: Estudos mostram que empresas com mais diversidade de gênero em seus conselhos tendem a ter melhor (ou até um maior) desempenho financeiro e tomada de decisões mais robusta.
5. Estimulo à Inovação: A diversidade de gênero pode estimular a inovação, já que diferentes perspectivas podem gerar novas ideias e abordagens para resolver problemas.
6. Aumento da Atratividade para Talentos: Empresas com conselhos diversos são mais atraentes para talentos, incluindo mulheres, que veem oportunidades de progresso na carreira.
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7. Responsabilidade Social e Fortalecimento da Reputação: Empresas que promovem a diversidade de gênero em seus conselhos demonstram responsabilidade social e, muitas vezes, desfrutam de uma reputação positiva na sociedade (boas práticas ESG).:
8. Redução de Viés: A diversidade pode ajudar a mitigar viés inconsciente, tornando as decisões mais imparciais e justas. Isso é importante para evitar discriminação e favorecimento injusto.
E quando levamos a diversidade para as startups, a presença das mulheres têm crescido consideravelmente. Isso porque nos últimos anos, temos visto um aumento notável no número de mulheres em cargos de liderança e fundadoras de startups. Isso é resultado do esforço para superar barreiras e estereótipos de gênero. Além disso, mulheres estão liderando startups em uma variedade de setores, incluindo tecnologia, saúde, finanças, educação e muito mais. Mulheres estão quebrando barreiras em áreas historicamente dominadas por homens e isso é uma grande conquista para todas nós.
Apesar do progresso, muitos desafios ainda persistem, incluindo o acesso limitado a financiamento e investidores, bem como o viés de gênero. Muitas mulheres empreendedoras continuam a enfrentar obstáculos para obter recursos, principalmente aqui no Brasil. Mas vale ressaltar que algumas empresas e investidores estão adotando políticas de diversidade, incentivando a inclusão de mulheres em startups, o que pode acelerar o progresso e o sucesso dos negócios. E isso só tem a crescer.
No geral, são muitas as iniciativas para aumentar a representação das mulheres em conselhos de startups e em posições de liderança.
Acredito que a responsabilidade que recai sobre mim a partir de agora, como futura conselheira, é significativa. A formação na Board Academy nos mostrou a importância de sermos guardiões dos valores éticos, da diversidade e da sustentabilidade, responsáveis por tomar decisões estratégicas que impactam não apenas as organizações, mas também a sociedade como um todo. O que irá nos diferenciar daqui pra frente será a expertise e a capacidade de olhar além, já que pessoas com visão de futuro tornam os conselhos mais eficientes.
A partir de agora se torna necessário e urgente que nós, conselheiros, façamos um esforço coletivo e consciente para viver a contradição e a incerteza do momento atual, se quisermos sobreviver em um mundo que se tornou excessivamente ansioso, frágil, não linear e incompreensível. É fundamental assimilarmos a nova realidade para conseguirmos melhor direcionar a alta direção das organizações. E são esses, entre tantos fatores, que exigem uma visão de futuro mais profunda, diversa e atualizada.
Hoje, recebo meu certificado como conselheira para startups e me orgulho disso; mas a mim aprendizagem nunca cessa. Estou apenas no início de uma jornada repleta de aprendizados contínuos, desafios emocionantes e conquistas compartilhadas.
Portanto, deixar uma marca duradoura no mundo dos negócios e contribuir para um futuro mais justo, diverso e próspero, é o caminho mais certo.
Termino com uma reflexão do escritor americano Eric Hoffer: “Em tempos de transição aqueles que estão dispostos a aprender herdarão a terra; enquanto aqueles que acreditam que já sabem, estarão lindamente equipados para enfrentar um mundo que deixou de existir”.
Metodologia autoral, elevando seu profissionalismo, com leveza e alegria nos negócios em menos de 90 dias. CEO | Conselheira | Mentora | Docente na FDC | Palestrante | autora de Best seller (10 livros )| Voluntária.
1 aParabéns Ale! Muito sucesso!
Profissional as a service IConsultora I Mentora I Palestrante I Conselheira consultiva I Advisor I CHO
1 aParabéns Alê!! Estarei na turma de outubro! Animada!
PROJETÔ ESG | Conexões Internacionais | Líder Grupo Mulheres do Brasil - Núcleo BH - MG |Conselheira Cruz Vermelha Brasileira - Filial MG | Diretora Federaminas Mulher
1 aParabéns pela conclusão do curso e artigo! Tenho certeza que você tem muito a agregar nos conselhos. Bjs
Doutor(a) em Ciências da Eng. Ambiental | Prof.(a) FGV Online | Conselheira filial Paraná Capitalismo Consciente | Colunista ESG Business Moment | Membro do Comitê Agronegócio, Energia e Gestão Ambiental da empresa DOB.
1 aParabéns, pelo artigo e pela conclusão da formação. Como você gosta de citação, eu compartilho essa: “Quando gênero, raça, etnia, classe, religião ou crença, status de migração ou outros motivos de discriminação se encontram e se cruzam, criam imbricadas redes de privação, de negação de direitos, que impedem, minam e oprimem. A noção de igualdade é inseparável da de dignidade humana essencial a cada e toda pessoa. O respeito pelos princípios da igualdade e da não-discriminação sustenta a Declaração Universal de Direitos Humanos e todos os tratados internacionais de direitos humanos”. (ONU, Mulheres e Meninas Afrodescendentes, PDF).