O impacto da presença feminina em Conselhos Corporativos

O impacto da presença feminina em Conselhos Corporativos


O que impede a presença de mais mulheres em Conselhos de Administração?

Fiquei com essa pergunta na cabeça ao saber que o perfil das empresas listadas na Ibovespa é conservador. Segundo a matéria do Valor Econômico , de modo geral, os membros já ocuparam posições de CEO e CFO, além de experiência prévia em Conselhos. Representantes de tecnologia, recursos humanos, mulheres e outros grupos minorizados ou sem experiência prévia têm mais dificuldade de acesso a esses espaços.


Composição de conselhos no Brasil

Tenho defendido que Conselhos de administração precisam ser menos homogêneos como estratégia para aumentar a inovação e melhorar o processo de tomada de decisão. Um ambiente com diferentes perspectivas e experiências traz mais valor à companhia, reduz o risco e melhora a reputação.

Desde 2014 a Deloitte realiza a pesquisa “Women in the boardroom”. A última edição mostra que a presença feminina em conselhos ainda é muito pequena e, no Brasil, menor ainda. Enquanto a média global fica em 19,7%, aqui a média não passa de 10,4%.

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A consultoria Heidrick & Struggles também realizou uma pesquisa sobre as companhias listadas na B3 , a “Board Monitor Brazil 2023”. O levantamento mostra que, no Brasil, apenas 16% delas possuem mulheres em seus conselhos e essas posições estão majoritariamente em conselhos de empresas consideradas de pequeno porte para os padrões da Bolsa.

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Os dois levantamentos deixam claro que é necessário um esforço proativo e concentrado para a mudança desse cenário, A B3, por exemplo, tomou medidas chanceladas pela CVM para aumentar a diversidade. Inspirada por uma iniciativa semelhante no Reino Unido, recomendou que as empresas listadas aumentassem a quantidade de membros que se enquadrem na categoria até 2023. Não existem sanções para os não conformes, mas as empresas deverão se explicar sobre o assunto.


Desafios de construir conselhos mais estratégicos

Ao definir objetivos claros e traçar um planejamento para alcançá-los, as companhias demonstram compromisso em sair do discurso e implementar mudanças.

O Conselho é o guardião da governança e protetor do interesse dos stakeholders para implantar uma nova cultura organizacional. Assim, cabe a ele oferecer oportunidades de desenvolvimento profissional para todos os grupos, de acordo com suas necessidades.

A falta de capacitação pode ser transposta com essa medida e a falta de experiência em conselhos, outra justificativa muito utilizada, deve ser vista como um convite para melhorar o diálogo e gerar novas ideias.

Não existe uma fórmula para a criação de um Conselho estratégico e heterogêneo. O cenário global de negócios e os consumidores exigem empresas atentas à equidade racial e de gênero, com práticas de sustentabilidade e governança.

Assimilar a necessidade da diversidade é um esforço contínuo de melhoria de governança e desenvolvimento pessoal. Diferentes visões de mundo e experiências de vida enriquecem o debate e trazem novas nuances. Este é um importante passo rumo à democratização do espaço feminino.

Ter Conselheiras pode revolucionar a sua empresa. A perspectiva femina pode agregar valor estratégico para seu negócio. Comece hoje mesmo a transformação com a inclusão de mulheres no seu Conselho de Administração.

Antonio Vianna Silva

Sales & Client Management Director

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👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻

Dom Walter Henrique .·.

"Muitas empresas, Vários Negócios & Todas as Soluções "

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Concordo!!!

Claudia, concordo plenamente com o seu post. A composição dos conselhos deve ser feita com pessoas competentes e diversificadas, e não deve ser uma fachada para o bom marketing da empresa ou para agregar amigos. A diversidade de gênero, raça, etnia e experiência pode gerar valor e mitigar riscos para as empresas, trazendo diferentes perspectivas e ideias para a mesa. Além disso, a inclusão de membros com diferentes origens e experiências pode ajudar a evitar o pensamento de grupo e a tomada de decisões equivocadas. É importante que as empresas levem em consideração esses fatores ao selecionar membros para seus conselhos. Estamos nesse momento vendo muitos cursos para formação de conselheiros, isso pode ser bom e a participação em conselhos consultivos pode ser um bom estágio na formação dessas pessoas, mas não sei até que ponto isso não virou mais um indústria onde o maior beneficiário são as entidades formadoras. O que você acha sobre isso?

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