A pecuária super-intensiva chegou
Nos países desenvolvidos, é difícil encontrar carne que não venha de sistemas super-intensivos, também chamados de industriais. Um dos motivos é que a carne produzida exclusivamente em sistemas a pasto custa bem mais caro - o dobro ou o triplo. Na França, as “boucheries”, que vendem a carne dos sistemas a pasto, se parecem mais com boutiques do que com açougues.
Aqui vem a novidade: não é só nos países desenvolvidos. Uma compilação inédita de dados mostra que o rebanho confinado está estagnado nos países desenvolvidos (Austrália, Canadá e EUA) mas crescendo rapidamente nos países em desenvolvimento (África do Sul, Argentina, Brasil, China, Indonésia, México e Uruguai).
Por que essa disparidade entre taxas de crescimento?
Por que os países desenvolvidos já não têm mais espaço para crescer. Como mostra a figura abaixo, nesses países os animais confinados representam, em média, 71% do abate total. Como sempre existirá uma parte do mercado que demanda animais a pasto, é provável que nos países desenvolvidos os sistemas super-intensivos já estejam esgotados. Por outro lado, nos países em desenvolvimento ainda há amplo espaço para crescimento de sistemas altamente intensivos, pois eles representam somente um terço do mercado:
O que isto significa para a pecuária e a alimentação no Brasil? Com certeza você tem alguma opinião sobre sistemas de produção intensiva de carne.
No próximo post, vou mostrar outro fato marcante: que os sistemas altamente intensivos estão em forte expansão no Norte do Brasil. Fique atento.