PENSE DE NOVO
VIDA, LIBERDADE E A BUSCA POR PROPÓSITO
Só para deixar claro: eu não incentivaria ninguém a permanecer em um cargo, um relacionamento ou um lugar que detesta, a menos que a pessoa não tenha alternativa.
Mesmo assim, quando se trata da carreira, em vez de buscar o emprego que vai deixar você mais feliz, talvez seja melhor procurar aquele que ofereça mais oportunidades de aprender e contribuir. Psicólogos acreditam que, no geral, paixões são desenvolvidas, não descobertas. Em um estudo com empreendedores, quanto mais esforços eles dedicavam às suas startups, mais seu entusiasmo pelo negócio aumentava a cada semana. Seu amor crescia conforme eles ganhavam ímpeto e dominavam a área.
Ao investir no aprendizado e na solução de problemas, podemos desenvolver nossas paixões – e desenvolver as habilidades necessárias para realizar o trabalho e ter uma vida de que nos orgulhamos.
Conforme envelhecemos, nos tornamos mais focados em buscar propósito – e é mais provável que ele seja encontrado em atos que ajudam os outros. Meu teste favorito para ver se um trabalho tem propósito é perguntar: Se esse cargo não existisse, a vida das pessoas iria piorar? É quase no meio da vida que esse questionamento começa a ganhar peso. Por volta dessa época, tanto na carreira quanto no âmbito pessoal, sentimos que temos mais a oferecer (e menos a perder) e nos tornamos mais empolgados para compartilhar nossos conhecimentos e habilidades com a próxima geração. Quando meus colaboradores falam sobre a evolução da autoestima em sua carreira, a progressão costuma acontecer assim:
Fase 1: Não sou importante
Fase 2: Sou importante
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Fase 3: Quero contribuir com algo importante
Notei que, quanto mais rápido eles chegam à fase 3, mais impacto causam e mais felizes se sentem. Isso me fez pensar na felicidade menos como um objetivo e mais como um resultado da aptidão e do propósito. O lósofo John Stuart Mill escreveu:
“Só são felizes aqueles que têm a mente focada em algum objeto diferente da própria felicidade: no bem-estar de terceiros, na melhoria da humanidade, até em alguma arte ou busca, almejada não só como um recurso, mas como um ideal.
Assim, ao mirar em algo diferente, eles encontram a felicidade pelo caminho.” Carreira, relacionamentos e comunidades são exemplos daquilo que a ciência chama de sistemas abertos: estão constantemente em uxo (Orden não Explorada), porque não são isolados dos ambientes. Sabemos que eles são guiados por pelo menos dois princípios fundamentais: Sempre existem múltiplos caminhos para o mesmo objetivo (equinalidade) e o mesmo ponto de partida pode ser um caminho para muitos objetivos diferentes (multinalidade). Devemos ter cuidado para não nos apegarmos demais a uma rota ou a um destino específicos. Não existe uma única definição de sucesso nem uma única via para a felicidade.
No trabalho e na vida pessoal, o melhor que podemos fazer é planejar o que desejamos aprender e nos empenharmos por um ou dois anos, permanecendo abertos para o que vier depois. Para adaptar uma analogia de E. L. Doctorow, colocar no papel um plano para a vida inteira “É como dirigir à noite no meio de uma neblina." Você só consegue enxergar o que os faróis mostram, mas é possível fazer a viagem inteira desse jeito”.?
NÃO PRECISAMOS ABANDONAR COMPLETAMENTE nossos planos para repensar algumas ideias. Há pessoas que adoram a área em que trabalham, mas estão insatisfeitas com seu cargo atual. Outras talvez não queiram se arriscar a mudar de cidade ou país por causa do emprego ou do parceiro. E muitas não podem se dar ao luxo de mudar, talvez a dependência econômica de um emprego ou o apego emocional à família limitem suas opções. Mas, mesmo quando não temos a oportunidade ou a vontade de fazer grandes transformações na vida, ainda é possível fazer ajustes menores para dar novo fôlego aos nossos dias.