Pessoas com deficiência estão mais qualificadas; como a oferta de vagas pode acompanhar esse avanço?

Pessoas com deficiência estão mais qualificadas; como a oferta de vagas pode acompanhar esse avanço?

Escolher uma profissão e crescer na carreira são desejos (ou mesmo cobranças) que começam na juventude e nos acompanham durante boa parte da vida adulta. Entretanto, trabalhar com o que temos vocação nem sempre é fácil, e envolve um longo caminho a ser percorrido, estudado e focado com muita dedicação. Se a qualificação para seguir o sonho de uma profissão, por si só, é uma tarefa difícil para alguém sem nenhum tipo de deficiência, certamente para uma pessoa com deficiência física, auditiva, visual ou intelectual, a situação é mais delicada.

Essa é a realidade de aproximadamente 45,6 milhões de brasileiros que declaram ter alguma deficiência – ou 7,7 milhões de pessoas em idade economicamente ativa que podem ser enquadradas nos critérios da legislação de cotas. Nos últimos cinco anos, o número de trabalhadores com deficiência incluídos no mercado de trabalho formal cresceu em 20%. Grande parte desse aumento se dá à Lei de Cotas. Por outro lado, ano após ano, as vagas que são oferecidas a essas pessoas ainda são pouco atrativas: baixos salários, poucas responsabilidades ou níveis muito operacionais que não se encaixam na formação dos candidatos.

Ainda existe uma percepção errada de que um trabalhador com deficiência é menos produtivo ou não pode assumir responsabilidades em cargos mais estratégicos dentro de uma empresa. Por consequência, a oferta de vagas operacionais, que geralmente atraem pessoas menos qualificadas, reforça a percepção de que as pessoas com deficiência não têm perfil necessário para posições melhores e contribui para preconceitos e barreiras psicológicas em relação a esses profissionais.

A i.Social atua para desmistificar essas percepções. Em nosso banco de currículos, por exemplo, ambos os números de candidatos com superior completo ou superior cursando mostram-se maiores do que candidatos com nível de escolaridade médio ou fundamental. Administração, comunicação social, tecnologia/informática, engenharia e recursos humanos/psicologia são as principais áreas de formação dos candidatos com deficiência. No entanto, ainda é pequeno o percentual de trabalhadores que ocupam cargos mais altos. Mesmo aqueles com formação superior, muitas vezes encaram a necessidade de buscar uma vaga fora da sua área.

De acordo com uma pesquisa realizada pela i.Social em 2014 com 1.725 profissionais com deficiência, a escolaridade dos PcDs vem evoluindo e se aprimorando ao decorrer dos anos. Se somarmos os números de pessoas incluídas nos parâmetros “superior incompleto” e “superior em andamento”, temos 28% dos respondentes neste nível; e, nos parâmetros “superior completo”, “pós-graduação em andamento” e “pós-graduação completa”, somam-se 34% dos respondentes.

Sabemos que uma inclusão de qualidade deve levar em consideração a formação do candidato com deficiência e a projeção de crescimento do profissional dentro de um plano de carreira bem desenvolvido, de modo que ele possa alcançar, assim, níveis de gerência e diretoria futuramente. O mesmo vale, por exemplo, em relação a preconceitos de que as pessoas com deficiência devem se enquadrar em profissões pré-estabelecidas de acordo com o que elas “podem” ou “não podem” fazer. Por exemplo: pessoas com deficiência auditiva só trabalham com T.I? Obviamente que não.

Por esse motivo, o debate sobre a empregabilidade das pessoas com deficiência, de acordo com a vocação e a área que elas pretendem seguir, deve ser promovido por empresas e gestores. Do contrário, os candidatos terão cada vez mais dificuldades em encontrar um trabalho que lhes cause propósito e esteja alinhado com seus objetivos de vida.

Essa medida que, à primeira vista, parece não fazer muita diferença no dia a dia corporativo, na verdade tem um impacto muito forte na vida de uma pessoa com deficiência que está em busca de uma oportunidade de trabalho. São pequenas atitudes que deixam o ambiente empresarial mais humano, inclusivo e com respeito à diversidade.

A i.Social:

Com foco na inclusão social e econômica de pessoas com deficiência no mercado de trabalho, a i.Social auxilia empresas a contratar PCDs oferecendo consultoria técnica especializada em todas as etapas do Programa de Inclusão. Em 18 anos de atuação, já assessoramos mais de 500 empresas e incluímos 15 mil pessoas com deficiência no mercado de trabalho.

Acesse nosso site para mais informações sobre nossa consultoria ou para entrar em contato conosco, e, se você for candidato, cadastre seu currículo: isocial.com.br.

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