PETROBRÁS, empresa estatal ou privada?

A Petrobras é uma empresa estatal brasileira que atua principalmente na exploração e produção de petróleo e seus derivados e de gás natural.

A empresa foi fundada no ano de 1953, no segundo governo de Getúlio Vargas, e deu início às suas atividades em 1954.

Entrou no mercado de ações em 2000, ano que o presidente Fernando Henrique Cardoso tentou aprovar um projeto idealizado desde 1997, para desvincular a empresa de seu caráter estatal e nacional, abrindo caminho para uma privatização, mas sem sucesso. 

Nos anos seguintes, tendo o presidente da república plenos poderes para interferir da administração e investimentos da empresa, sua dívida líquida (dívida bruta menos o caixa) que em 2003 de R$ 15,8 bilhões, após dois mandatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, passou a ser de R$ 61,5 bilhões (~4x maior) e em 2015, no primeiro ano do segundo mandato de Dilma Rousseff, chegou a R$ 402,3 bilhões (mais de 25 x maior), o que tornou a Petrobrás uma das empresas mais endividadas da América Latina e Estados Unidos naquele ano.

Em 2003 a Petrobrás valia cerca de US 14 bilhões, algo em torno de R$ 50 bilhões e em 2008 chegou a valer R$ 510 bilhões, segundo levantamento da Economatica.

Contudo, a partir de 2010, a Petrobrás começou a colher os frutos da má gestão, dos maus investimentos e das políticas de preços artificiais, acumulando resultados negativos ano após ano.

Como exemplos de maus investimentos, podemos citar o prejuízo de US$ 1 bilhão na compra da refinaria de Pasadena nos EUA, que tinha um valor de mercado de US$ 128 milhões, contudo foi comprada por US$ 1,2 bilhões, também temos o prejuízo de US$ 18,93 bilhões na refinaria de Abreu e Lima e o investimento previsto de R$ 9 bilhões na refinaria do Maranhão, que seria a maior do Brasil se estivesse funcionando hoje, que teve gastos por quase 5 anos, mas teve suas obras paralisadas em 2015 pelo TSU, por irregularidades e todo o investimento foi perdido.

Cabe refletir o impacto negativo que estes maus investimentos tiveram fora da Petrobrás, pois estas obras poderiam ter ajudado muito o Brasil neste ano de crise do petróleo mundial, que subiu o preço do barril, consequentemente dos combustíveis e da inflação, trazendo sofrimento a todos os brasileiros.

Com o escândalo do "petrolão" e a queda de presidente Dilma em 2016, a Petrobrás chegou a perder R$ 436,6 bilhões, 85,6% de seu valor de mercado e passou a valer apenas R$ 73,7 bilhões, o que fez o valor de suas ações despencarem abaixo de R$ 5,00, pela primeira vez desde 2003, fazendo a empresa voltar à estaca zero, mas sem credibilidade no mercado mundial e totalmente endividada.

Com a interversão exigida pelo mercado internacional e articulada pelo congresso, medidas de austeridade e teto de gastos foram implementadas e impediram a falência da empresa.

Em março de 2022, sem a interferência política direta de um presidente da república, com um presidente e um conselho administrativo independentes, a Petrobrás passou a valer R$ 437,7 bilhões, pouco mais de US 80 bilhões, quase voltando a ter o valor que tinha em 2008 e sendo novamente lucrativa.

Carlos Andrade

Consultor e Mentor de Negócios