Plástico
Entramos em 2021 esperando uma vacina que de fato vai chegar. A melhor notícia do ano já desembarca por aqui em janeiro. Como não poderia ser diferente, as manchetes dos jornais dão conta da boa nova, elevando as expectativas e cutucando a ansiedade de cada cidadão do Brasil e do mundo.
Ao lado dos nomes dos laboratórios responsáveis por desenvolver a fórmula salvadora, membros destacados da indústria farmacêutica, outro setor fundamental para a indústria e para a economia mundial entra de carona nas manchetes, por motivos similares, mas com enfoques um tanto diferentes.
Enquanto todos louvam a capacidade de trabalho dos cientistas que desenvolveram a fórmula da cura, uma boa parte questiona se teremos a capacidade de aplicar a vacina, que depende de seringas e agulhas para a sua aplicação. Mais uma vez, as resinas plásticas, matérias-primas usadas para fabricar este produto, aparecem dividindo as manchetes dos jornais com os produtos químicos que compõem o remédio contra a covid-19.
Será que a indústria terá capacidade de produzir as seringas na velocidade que o momento exige? Teremos condições de atender às demandas do Estado brasileiro em sua estratégia de imunização? Vai faltar o aplicador para a vacina?
Outra questão relacionada ao setor plástico corre em paralelo. O custo deste material, atrelado ao preço do petróleo e indexado pelo dólar, também ganha destaque na imprensa. O governo Federal diz que não aceitará pagar mais caro pelas seringas, sem as quais não teremos vacinação em massa...
Faz parte da dinâmica do nosso setor, desde sempre. O plástico, vilão do meio ambiente, poluidor dos mares e inimigo da natureza, quando tem a oportunidade evidente de ser aplaudido como parte de um movimento crítico para a saúde mundial, ainda é visto pelo olhar negativo de quem se recusa ou não tem a capacidade de enxergar o peso e a importância deste produto.
Enfim, a indústria do plástico cumprirá a sua parte nesta cruzada contra o covid. Não faltarão seringas, não faltará plástico para sua produção, não faltará empenho e comprometimento do nosso setor em atender às demandas da sociedade. Mesmo que continue a ser atacado por motivos distorcidos, o plástico cumprirá com o seu papel neste cenário difícil em todo o planeta. Já temos a vacina e certamente teremos as seringas para sua aplicação. O plástico é um herói coadjuvante desta batalha contra a pandemia.