Planejar é preciso?

O Planejamento sempre foi uma questão controversa nas organizações. Enquanto alguns não tomam decisões sem fazê-lo, outros alegam ser muito difícil ou até mesmo perda de tempo debruçar-se sobre ele. Defendo a ideia de que qualquer planejamento é melhor do que nenhum. Mais do que "acertar o futuro", o próprio ato de planejar conduz pessoas e organizações a patamares superiores em termos de soluções organizacionais, processos e, consequentemente, resultados.

Em 20 anos de experiência ajudando organizações a se planejarem e executarem projetos comerciais nunca vivenciei uma situação sequer em que o planejamento tenho levado a um resultado pior. Planejar também promove o engajamento das pessoas, cria um foco e alinha as áreas funcionais. É como se as pessoas precisassem de um objetivo comum para guiarem suas decisões e atitudes no dia-a-dia. 

O primeiro passo para quem deseja planejar qualquer coisa é ter a convicção de que aquilo é necessário.

Ninguém gasta tempo ou dinheiro em algo que não acredita.

Partindo dessa premissa, o próximo desafio é aprender o processo; o "como planejar". Existem dezenas de livros e cursos que podem instrumentalizar você e outras pessoas da sua equipe para este trabalho. Buscar informação é o início do processo. Procurar a ajuda de uma Consultoria também é um caminho para se apropriar desse conhecimento. A próxima etapa é onde a maior parte dos planos fracassam, a execução. Muitas empresas buscam a técnica, fazem treinamentos, contratam consultores, mas uma quantidade considerável acaba tendo uma execução desastrosa de seus planos. Eu diria que a questão é menos em relação à qualidade dos planos em si mas, muito mais, a falta da disciplina em segui-los e fazer os ajustes necessários durante o seu andamento. Executar um plano é tarefa nem sempre agradável, expõe as pessoas que estão à sua frente (o que pode colocar sua posição/emprego em risco) e ainda há a possibilidade do fracasso, o que levaria ao descrédito aqueles que dele participaram ou o dirigiram. É triste perceber que uma parcela significativa dos profissionais busca um lugar confortável à sombra para garantir a sua sobrevivência e, portanto, mantém uma distância "segura" de planos e projetos nos quais os resultados não são previsíveis (praticamente todos). Mas é também verdade, e essa me deixa contente, saber que são aqueles que se arriscam e assumem a dianteira desses projetos que são promovidos e assumem posições de maior relevância e responsabilidade. Eles fazem dos planos "abridores de caminhos e possibilidades".

Empresas que planejam colhem mais do que aquelas que não o fazem. 

Vale a pena planejar mesmo que, ao final do processo, você nem reconheça o plano original, mas verá que foi aquela ideia inicial que o levou a lugares e resultados inimagináveis.

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