Poder não constrói liderança
Eu tenho a força! Quem proclama a força porque detém poder, não é um líder, é um impostor. Cargo, patente e posição podem ser antônimos de respeitabilidade e sinônimos de autoridade. Quem governa sob a luz do medo, sob a ameaça da humilhação e da soberba, não constrói legado, mas sim um ambiente de pavor onde a criatividade e a iniciativa são depreciadas e desestimuladas.
O falso líder quer inovação e resultado, mas suas atitudes, sempre embasadas na imposição de suas ideias autocráticas, bloqueiam a fluidez dos pensamentos da equipe, o que acarreta em menos criatividade e resultados fracos e inconsistentes.
As pessoas que trabalham com chefes impositivos e carrascos tem seu raciocínio prejudicado, suas ideias travadas e seus sonhos diminuídos. Esses funcionários não produzem em sua totalidade pelo fato de estarem amedrontados pela insegurança de seus empregos. Não ousam ser inventivos respondendo a alguém cuja a única ferramenta em que acredita é sua própria ideologia tirana. Alguém que não se interessa pelo outro, por acreditar que a única história que vale a pena ser ouvida ou falada é a sua. Uma linguagem unilateral, sem direito a resposta, sem margem à discordância.
Esses chefes até procuram líderes para ajudá-los em seus negócios, mas são tão confrontados com novas e modernas metodologias, que não suportam a supremacia e elegância desses profissionais. Batem de frente agressivamente, explodem e usam a única coisa que lhes resta, o poder imputado.
Um exemplo recente de muito poder e pouca liderança é o fracasso da gestão do presidente americano Donald Trump. Sua agressividade às pessoas, seu desrespeito aos processos, sua arrogância e prepotência aos interesses coletivos, seu discurso unilateral e suas mais de 26 mil declarações falsas (fonte site UOL.noticias), fizeram ele não só perder a eleição, mas também o respeito do próprio partido, de muitos apoiadores e de grande parte do mundo. Ele é a personificação de que dinheiro e cargo não estão relacionados a ser bem-sucedido como líder e ser humano.
VIVEMOS UMA NOVA ERA
Não é mais permitido gerir com mãos de ferro, não se o objetivo for desenvolver um ambiente que induza a autoconfiança, a autoestima, a criatividade, o resultado sólido e duradouro.
O domínio daqueles que gritam, batem na mesa, xingam e adoram uma humilhação pública, não conquista resultados consistentes e de longo prazo, porque não cria um grupo de pessoas que veem futuro junto dessa gestão. Os bons acabam saindo.
Aqueles que permanecem são marionetes ou pobres de espírito, sem coragem de mudar. Almas desoladas que suportam humilhações por falta de opção ou por achar que não tem escolha. Alimentam com sorrisos falsos e acenos positivos a empáfia e injúria cometida por esses aniquiladores de autoestima. São bajuladores que não tiveram a sorte de realmente conhecer um líder de verdade.
É preciso dar um basta, esse tempo já passou. Vivemos um momento diferente, onde mesmo empresas centenárias, reconhecidas por sua dinâmica não ortodoxa em exigir resultados, concordam que uma gestão participativa, uma comunicação fluída e um sentimento altruísta trazem mais resultados do que chefes emburrados ameaçando funcionários e seus empregos. Mudaram sua forma de pensar, mas não o fizeram por modismo ou por estarem mais sentimentais. Estão embasadas em estudos científicos sobre o comportamento humano, a neurociência e a psicologia. Constatações unânimes que ratificaram a importância de administrar com eficiência o capital mais precioso das organizações, o capital humano.