Fim da linha

Fim da linha

Como identificar o fim da linha? Quando é possível perceber que a falta de perspectiva, a inércia e a estagnação são sintomas que antecipam o ponto final?

É muito comum, em algum momento da carreira, sentir desânimo, falta de rumo e expectativa na profissão. As causas são várias e vão desde a ausência de propósito pessoal, diferença de valores éticos e morais do empregador com o empregado, liderança desagregadora, desesperança no futuro, não valorização, cansaço, medo e acomodação.

Tais motivos tem tanto poder de aniquilação que fazem uma pessoa querer desistir da profissão, abandonar o emprego e mudar de vida. Desestruturado só enxerga o fim, onde na verdade deveria perceber oportunidades. Falta coragem em admitir fraqueza, medo de assumir uma nova postura, de procurar algo que satisfaça. Falta se conhecer profundamente, valorizar o que o deixa feliz, alegre e vívido. Sua incapacidade de correr atrás dos sonhos é o motor para inventar desculpas e não agir.

Mas, há também quem tem a missão clara, disciplina e esforço condizentes com o idealizado e, mesmo assim, está inserido num ambiente que não o deixa prosperar. Onde o clima organizacional é pesado e o antiprofissionalismo impera soberano. O que fazer num cenário precário e desfavorável, que não respeita o profissional e não estimula a progressão continuada? Como vislumbrar um cenário cheio de expectativas se o que se vê é só névoa e tempestade?

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É nesse ponto que muitos enxergam o fim da linha. Alguns sucumbem ao acreditar no que ouvem, desacreditando no que realmente são. Pessoas maltratadas por sistemas e chefes medíocres, gestores que não foram instruídos e não se deram ao trabalho de aprender. Chefes que não constroem legado positivo, não deixam marcas vencedoras e não geram admiração, só criam feridas na autoestima de sua equipe.

Independente disso, seja um ambiente bom ou ruim, um chefe admirado ou um calhorda, em nenhum desses casos é permitido desistir. O fim da linha só chega para quem não consegue enxergar além do horizonte, aquele que se recusa a levantar a cabeça e seguir em frente. Esse é o verdadeiro derrotado, não assume sua fragilidade e não enfrenta seus problemas. Terceiriza a culpa e demoniza o sistema e as pessoas ao seu redor. Fracassa em se conhecer, entender o que o faz feliz e traz entusiasmo. Na verdade, tem medo das consequências, porque sabe que todo o processo de mudança é doloroso e demanda dedicação e disciplina. Prefere amargar em lugares ruins com indivíduos ainda piores, porque tem preguiça de se movimentar, tem pavor de dar o primeiro passo, não acredita no merecimento e não se enxerga realizado.

Mudança requer atitude e atitude demanda entendimento do momento atual, das ambições verdadeiras e das metas a serem traçadas. Nunca será o fim da linha para quem tem propósito, quem entende sua missão. Se isso estiver claro, até os maus momentos serão revertidos em ótimos aprendizados.

O caminho não encerra, a não ser que você deixe de querer caminhar.

Hélio Brum

Gerente Comercial | Professor e Especialista em Custos e Precificação | Consultor em Gestão MPE e MEI | Voluntário Social

4 a

Ótima publicação Klein. Realmente todo profissional vai passar por um momento desse em sua carreira e tem que estar preparado.

Flávio Médici

Administração Comercial e Marketing, Planejamento Estratégico, Gestão de Projetos, Gestão Econômica e Financeira

4 a

Belo texto. Parabéns

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