As políticas públicas no desenvolvimento do empreendedorismo brasileiro
Apesar dos diversos desafios, o Brasil está entre os 10 países que mais empreendem no mundo. Para se ter uma ideia, de acordo com a edição de 2023 da pesquisa Monitor Global de Empreendedorismo (GEM), realizada pelo Sebrae em parceria com a Associação Nacional de Estudos em Empreendedorismo e Gestão de Pequenas Empresas (Anegepe), o país somou 90 milhões de empreendedores ou candidatos a empreendedores. Isso representa 30,1% da população adulta envolvida com o mundo dos negócios.
Os dados revelam que, do total de 90 milhões, 42 milhões são de pessoas adultas que já têm uma empresa ou que fizeram alguma ação no último ano visando ter um negócio no futuro. Já os 48 milhões restantes correspondem àqueles que não têm empreendimento, mas que gostariam de ter em até três anos.
Diante desse cenário, para fomentar um ambiente ainda mais propício ao empreendedorismo, é importante desenvolver políticas públicas efetivas voltadas a essa questão. Uma vez que elas desempenham um papel crucial ao criar um ambiente favorável à criação e ao crescimento de novas companhias, as políticas públicas são projetadas para abordar várias necessidades dos empreendedores. Ainda, elas podem variar significativamente entre os diferentes níveis de governo (federal, estadual e municipal).
Políticas públicas em diferentes esferas
Existem algumas áreas-chave onde as políticas públicas podem influenciar positivamente o empreendedorismo. A educação e capacitação de pessoas empreendedoras é, sem dúvida, um dos pilares mais importantes. Felizmente, hoje existem diversos programas de educação empreendedora, além de treinamentos, oficinas e workshops que desenvolvem habilidades empresariais e gerenciais entre os entusiastas do assunto.
Além disso, o acesso ao financiamento também é um aspecto essencial. Deste modo, ações públicas atuam no apoio à busca ou fornecimento de subsídios, incentivos fiscais e linhas de crédito especiais para startups e empresas. Ainda, existem outras iniciativas que apoiam financeiramente negócios em estágios iniciais, como investidores-anjo, fundos de capital de risco que investem em startups inovadoras; e microcréditos, em que é disponibilizado um crédito para empreendedores de baixa renda e pequenas empresas que não têm acesso ao financiamento tradicional.
Ainda, existem programas de incentivos à Pesquisa e Desenvolvimento (P&D), de acesso à tecnologia, apoio à inclusão e diversidade, incentivo para negócios sustentáveis, programas de mentorias, redes de networking, parcerias público-privadas, entre outras estratégias.
Por fim, é importante reforçar que implementar políticas públicas ajuda, sobretudo, a promover a inclusão e diversidade, estimular mulheres, minorias étnicas, pessoas com deficiência e outros grupos sub-representados, além de oferecer incentivos para empresas que adotam práticas sustentáveis e socialmente responsáveis, impactando positivamente a sociedade.
Ademais, essas iniciativas apoiam na integração e sustentabilidade de programas de educação e treinamento empreendedor para a inovação, fazendo com que as startups desenvolvam uma nova visão de negócios, acessem novos mercados, prosperem e ajudem a desenvolver a sociedade e economia do país.
Andre Ribas Pereira, MSc , Mestre em Engenharia pela UFSC e Coordenador do Hub InovAtiva pela CERTI.
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Como medir a gestão da qualidade em serviços de um CSC?
A qualidade dos serviços prestados por um Centro de Serviços Compartilhados (CSC) é crucial para o sucesso das operações de qualquer organização. Recentemente, essa questão foi amplamente discutida entre nossos associados, destacando a importância de medir a gestão da qualidade em serviços de um CSC. Mas, como fazer isso de maneira eficaz?
Medir a qualidade começa com a definição de indicadores de desempenho (KPIs) apropriados. Esses indicadores são métricas quantificáveis que monitoram e avaliam a eficiência e eficácia dos processos do CSC. Exemplos comuns incluem o tempo de resolução de solicitações, a taxa de satisfação do cliente, a taxa de erro e o cumprimento dos acordos de nível de serviço (SLAs). Esses KPIs fornecem uma visão objetiva e clara do desempenho do CSC, permitindo ajustes quando necessário.
Além dos KPIs, as auditorias internas regulares garantem a conformidade com as políticas e procedimentos estabelecidos. Elas identificam áreas de melhoria e asseguram que os padrões de qualidade estão sendo mantidos. Complementar essa abordagem com feedback qualitativo através de pesquisas de satisfação oferece insights valiosos sobre a percepção dos clientes internos.
O benchmarking, que compara os KPIs do CSC com os de outras organizações ou com padrões de mercado, é uma ferramenta útil para identificar boas práticas e oportunidades de melhoria. Além disso, a utilização de tecnologias como Business Intelligence (BI) e análise de dados permite monitorar e analisar a performance dos serviços de forma contínua e em tempo real.
A medição da qualidade tem vários benefícios. Em primeiro lugar, possibilita a melhoria contínua, identificando ineficiências e gargalos nos processos e permitindo a implementação de ações corretivas que aumentam a eficiência operacional. Em segundo lugar, fornece dados precisos e relevantes para a tomada de decisões estratégicas, ajudando a alocar recursos de forma mais eficaz. A satisfação dos clientes internos também é aumentada, levando a maior adesão e apoio às iniciativas do CSC. Além disso, promove uma cultura organizacional focada na qualidade e na excelência.
Embora medir a qualidade traga muitos benefícios, também revela desafios. Identificar áreas problemáticas pode exigir mudanças significativas e investimentos em treinamento, tecnologia e reestruturação de processos. No entanto, essas práticas promovem eficiência, transparência e responsabilidade, fortalecendo a cultura da empresa e estimulando a inovação.
Medir a gestão da qualidade em serviços de um CSC é essencial para garantir que as operações estejam alinhadas com os objetivos estratégicos da organização e que a satisfação dos clientes internos seja continuamente aprimorada. Utilizando uma combinação de KPIs, auditorias, pesquisas de satisfação, benchmarking e ferramentas de automação, é possível obter uma visão abrangente e precisa da performance do CSC. As consequências dessas práticas são amplamente positivas, promovendo uma cultura de melhoria contínua e contribuindo para o sucesso geral da organização. A busca pela excelência deve ser constante, e a medição da qualidade é uma ferramenta poderosa para alcançar esse objetivo. É importante ressaltar que qualidade e excelência exigem também investimentos financeiros, e o custo é um pilar importante para os CSCs. Então o equilíbrio é essencial, mas esta discussão vamos deixar para a próxima vez.
Marcelo Pardi de Souza , Diretor-Presidente da Associação Brasileira de Serviços Compartilhados e Diretor do Centro de Serviços Compartilhados da Cogna .