Por que precisamos falar sobre espiritualidade no trabalho?

Talvez você não se lembre, mas há alguns anos o foco era exclusivo nas hard skills, as habilidades técnicas, e pouco se falava sobre inteligência emocional. Hoje, no entanto, essa é a pauta da vez!

Seja no ambiente de trabalho ou em âmbito pessoal, ser inteligente emocionalmente virou prioridade, tema de pesquisas e necessidade urgente nas corporações.

Agora, é a vez de falarmos de inteligência espiritual, um assunto que ainda é negligenciado por uma boa parte das pessoas, mas que tem um impacto direto no engajamento, produtividade e desempenho dos profissionais nas organizações. 

Então, hoje vamos abordar a espiritualidade no trabalho e entender seus impactos positivos, inclusive com dados de pesquisas de institutos renomados. Confira!

O que é a espiritualidade no trabalho?

O conceito de saúde espiritual ainda é algo novo e mal compreendido por boa parte das pessoas. Se trata de algo intangível, o que dificulta a sua compreensão.

Há quem faça associação direta entre a espiritualidade e as crenças religiosas, o que já é um erro. O mais importante é enxergar a espiritualidade como uma bússola interna, atrelada ao sentido a algo maior para a sua existência, ou seja, à autoconsciência em relação ao seu propósito.

Quando estamos falando sobre espiritualidade no trabalho, é algo importante porque toda essa busca por sentido na sua existência impacta a vida como um todo e aumenta também as chances do colaborador encontrar significado no seu dia a dia profissional. E isso promove impactos positivos no desempenho e, é claro, nos resultados alcançados.

No entanto, é preciso obter clareza sobre o fato de que nem sempre o propósito das pessoas está conectado ao trabalho. Também é algo que pode ser atribuído a outras frentes da vida pessoal, nos relacionamentos afetivos  ou na comunidade na qual se está inserido, por exemplo.

No entanto, quando se tem clareza sobre essas motivações e o que traz sentido para a existência, a qualidade de vida e o bem-estar são beneficiados como um todo. E pessoas mais saudáveis trabalham melhor!

Como as pessoas enxergam a espiritualidade?

O estudo “Global Gen Z Survey”, conduzido pelo McKinsey Health Institute, foi intergeracional e trouxe dados com o objetivo de chegar a algumas comparações necessárias sobre como as pessoas percebem e praticam a saúde espiritual no mundo todo, além dos seus impactos no bem-estar geral. 

Dos 42 mil entrevistados de cortes geracionais diversos, em 26 países diferentes, a maioria afirmou que a saúde espiritual é “extremamente importante”, o que é uma ótima notícia em um contexto em que esse tema ainda fica sem protagonismo.

A pesquisa também trouxe perspectivas globais interessantes. Mais de 80% dos participantes do estudo no Brasil, Indonésia, Nigéria e Vietnã disseram que a saúde espiritual era muito ou extremamente importante. Essa porcentagem cai para 45% em locais como Irlanda, Países Baixos e Suécia.

Como as diferentes frentes de saúde se relacionam?

Os dados da pesquisa do MHI (McKinsey Health Institute) também trouxeram insights importantes sobre as conexões entre as diferentes esferas da saúde.

Confira abaixo, no gráfico extraído do relatório da pesquisa, alguns dados que revelam como a saúde espiritual se relaciona com as demais frentes de saúde na geração Z.

De forma geral, os entrevistados da geração Z relataram desafios com a saúde espiritual em uma taxa mais elevada do que os entrevistados de outras gerações. Além disso, os membros da geração Z com problemas de saúde mental tinham 3x mais probabilidade de relatar falta de sentido nas suas vidas do que aqueles com boa saúde mental.

E apesar da geração Z aponte sentir  mais dificuldades e preocupação com a saúde espiritual, não é a única em que saúde espiritual e mental estão relacionadas: os entrevistados não pertencentes à geração Z com problemas de saúde mental tinham 4x mais probabilidade de relatar falta de sentido em suas vidas, em comparação com aqueles com boa saúde mental.

Essas informações são importantes porque, seja na esfera pessoal ou profissional, quando alguma das frentes de saúde vai mal, o restante tende a sentir os impactos negativos em diferentes graus de intensidade.

Há espaço para ir além nos estudos e iniciativas sobre saúde espiritual

Tudo o que envolve a espiritualidade, principalmente no ambiente de trabalho, ainda é de certa forma negligenciado. 

Há potencial de investigação nesta área: estudos do McKinsey Health Institute apontaram que por volta de 75% das pesquisas relacionadas à saúde medem, sobretudo, a saúde física. Apenas 12% medem a saúde mental, 6% a saúde social e 1% a saúde espiritual. 

Diante de informações como estas, fica claro que precisamos olhar para a inteligência espiritual com mais atenção, pois faz parte de uma equação de saúde holística. É inegável que há uma relação direta entre todas essas esferas.

É esse tipo de conversa que necessitamos conseguir fazer, seja nos ambientes sociais, públicos ou privados. Basta tentar se lembrar se alguma vez seus líderes ou pares questionaram se você está conseguindo construir uma carreira com significado, que contribui para trazer mais sentido à sua vida.

Lembre-se: por mais que o trabalho em si  não seja a fonte de propósito de todas as pessoas, ainda assim tem um papel importante a desempenhar para evitar gerar prejuízos emocionais.

Como fomentar a inteligência espiritual nas organizações?

Outra boa notícia extraída dos estudos é o fato de que a saúde espiritual é bastante importante para os membros da geração Z, que são as pessoas mais jovens no mercado de trabalho atualmente.

Esse grupo foi o menos propenso a relatar que encontrou um sentido de propósito no seu trabalho e que cultiva crenças pessoais que dão força no enfrentamento das dificuldades. 

Apesar de ser um fato negativo sob uma perspectiva, também é uma possibilidade de encarar esse cenário como uma oportunidade: a geração Z está mais aberta a pensar e falar sobre inteligência espiritual, seja pelo momento de vida no qual estão ou porque isso faz parte da essência desses jovens.

A Guideness nasceu desse desejo de levar a inteligência espiritual a mais pessoas, inclusive dentro das empresas. É uma habilidade que pode ser desenvolvida, mas, para isso, é preciso abertura e interesse em aprofundar o autoconhecimento.

Nas empresas, além de conduzir atendimentos individuais personalizados, também conduzo palestras sobre o tema com o objetivo de despertar o interesse e elevar a consciência das pessoas sobre a espiritualidade.

Essa é a hora de dar um passo que poucas corporações e pessoas estão dando: investir na saúde espiritual!

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Michele Bailone Borba

Sou criadora da Guideness, especialista em arquétipos e inteligência espiritual e carrego na bagagem mais de 25 anos de experiência corporativa nas áreas de negócios, marketing e comercial.

Em atendimentos personalizados e individuais, oriento os meus clientes em processos de transformação em suas vidas pessoais e profissionais. Nas empresas, conduzo palestras sobre inteligência espiritual a fim de promover reflexões e mudanças positivas no ambiente organizacional.