Pra onde estou indo?
A verdade verdadeira é que eu queria viver da escrita. Mas não qualquer escrita. Ah! Já que é pra sonhar, vamo sonha profundo. Eu queria viver escrevendo crônicas diárias para algum jornal ou revista. Quando eu pensei em fazer Jornalismo, era essa a ideia. Logo vi que não daria certo, e fui para a Letras. Minha independência era mais urgente que meu sonho.
Continuando nesse sonho, eu queria ter a liberdade de escrever sobre o que eu quisesse, do jeito que eu quisesse, com quem eu quisesse. Mas e os leitores não poderiam opinar, criticar? Evidente que sim. Mas pensava em ter alguma notoriedade a ponto de não precisar explicar demais o que escrevo. Me dei por conta de que vivemos em um tempo que não se consegue falar com amorosidade, não se pode parar muito tempo para ler, não se sabe ouvir antes de falar.
Eu era assim também, até 2020. Sei encontrar o exato momento onde a coisa mudou de figura, onde minha vida ganhou uma oportunidade de ser diferente. Ainda bem que foi mais ou menos no meio da minha vida, dá tempo de fazer muita coisa melhor...
Eu não quero encontrar soluções criativas e inovadoras, nem trabalhar com gente que acha que essa é a questão. Eu quero sentar e respirar com meus alunos, simples assim. Eu não quero me vestir bem e de salto para impor respeito nos espaços onde estou. Eu quero poder falar e assim mostrar o que eu sei. Eu não quero ouvir bobagem e precisar concordar para garantir meu emprego, minhas amizades, meu relacionamento. Eu quero ter a paciência para falar e a calma para poder construir outra realidade possível. Eu não quero correr de um lado para o outro para mostrar tenho valor. Eu quero escrever e registrar o tanto que se faz e se sente sem se notar imediatamente.
Por isso, eu escrevo aqui. E quero muito continuar escrevendo, abrindo espaço para esse sonho. Às vezes me pego pensando: poxa, Camila, deu, né? Tu já faz tanta coisa... Não é bem assim. Eu faço várias coisas, mas não exatamente muita coisa. Profissionalmente, eu exerço várias funções: professora, revisora, assessora editorial, oficineira, escritora, gestora, agitadora cultural, pesquisadora. Pessoalmente, eu faço uma coisa por vez. Meu pai, que está de aniversário hoje, sempre me disse isso: Mili, uma coisa por vez.
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O ponto de virada de que eu falava antes foi quando sonhei com a imagem abaixo, sendo que eu nunca a tinha visto antes: os 9 estágios da meditação. Eu não sei bem em qual estou, mas sei que é por aí.
Continuarei escrevendo. Continuarei meditando.
Segue aí também. Não se preocupe. Uma coisa por vez.
Líder de Corte Laser no Grupo Bigfer - Farroupilha/RS
10 mTop o texto Mana !