Preparação- chave na execução, mas treinar o quê?

Preparação- chave na execução, mas treinar o quê?

Não foi fornecido texto alternativo para esta imagem

Depois de muito anos palestrando, resolvi buscar uma formação e metodologia reconhecida no mercado. Finalizei nesta semana o Negócio de Palestras do Roberto Shinyashiki, do Instituto Gente. Fiz um post deste assunto nas minhas redes sociais e um dos colegas, Rogerio Martins, me presenteou dizendo que eu estava aprimorando aquilo que eu já era mestre.

Isto lembrou-me da importância da preparação na Execução e como este é um tema chave também no desenvolvimento pessoal. “Há uma jornada em toda a Execução!”, já disse algum grande palestrante e fazendo novamente analogia com o esporte, alguns líderes esportivos sempre destacaram a importância da preparação;

 “A vontade de se preparar tem de ser maior que a vontade de vencer” já dizia o Bobby Knight, recordista de vitórias e multicampeão da NCAA, de Indiana, de quem eu humildemente discordo um pouquinho, mas o Bernardinho assina embaixo.  

Outro grande mestre da liderança, John Wooden, já citado em outros artigos, quando perguntado pelo papel da sorte no jogo, ele disse; “A Sorte é o Resíduo do Projeto. Lembre-se que o Projeto (Planejamento e preparação cuidadosa) não tem como objetivo aumentar a sorte, mas fazer com que ela não esteja presente entre os fatores de seu bom Desempenho”

Mas treinar o que? Apenas o que temos Gap? Aquilo que somos competentes e fortes?  E se for os dois, qual a divisão de tempo percentual entre eles?

Na minha jornada de executivo, vi muitos Programas de Desenvolvimento Pessoal e líderes que focavam apenas e tão somente em cima de seus gaps, de suas fraquezas. Não entendia e discordava deste processo. Eu nunca tive dúvidas que você deveria treinar mais o que você se destaca, aquele que é seu diferencial e claro, dedicar um tempo menor a desenvolver os seus Gaps, mas confesso, nem sempre era compreendido

Tive um laboratório de liderança com as meninas do time basquete da UFSC, ainda estudante de Engenharia que era e quis fazer um time em que todos executavam tudo, o tempo todo, e a harmonia imperasse, com todas felizes por participarem igualmente das jogadas importantes. Após várias derrotas, aprendi que precisava destacar as melhores em cada fundamento, para os momentos específicos do jogo e prepará-las para isto. Após isto, vieram as vitórias e aí sim, a alegria foi geral. O time estava acima de tudo, uma complementaria a outra e cada uma teria sua importância no todo.

 “Você desenvolve uma equipe para alcançar o que uma pessoa não pode realizar sozinha. Todos nós sozinhos somos mais fracos, de longe, do que se todos nós estivermos juntos” (Coach K).

 Quando fiz estágio no time da Hortência, época de Presidente Prudente ainda, peguei muitas bolas ao final dos treinos para ela, que ficava depois da hora praticando um fundamento em que ela era expert e uma das melhores do mundo.   

Com estes exemplos do esporte, procurei no meu desenvolvimento e de todos que eram meus liderados, usar este conceito.  Focava mais nas fortalezas e desenvolvia os gaps em um percentual menor de tempo.

 Como exemplo, era um dos únicos diretores a receber os novatos nos programas de "Onboarding" do RH, tarefa que muitos delegavam para seus estagiários. Quando me perguntavam por que eu fazia aquilo, respondia que eu achava que o dono da casa tinha de receber os novatos e que isto fazia parte de meu desenvolvimento.  Como fazia muitas palestras nos eventos e nas convenções da empresa, aproveitava aquele momento para treinar, exercitar a comunicação e a minha presença de palco.     

No início dos anos 2000, a teoria do autoconhecimento e desenvolvimento a partir de suas fortalezas chegou, para minha alegra, como no Livro “Now Discover Your Strengths”, foto de capa deste artigo.

Parece que o tema ganhou relevância e passou a ser observado com mais clareza de alguns anos para cá, nesta Era Digital e das Empresas Exponenciais, onde a força da Colaboração e os “times multifuncionais”, agora chamados de “Squads”, são partes fundamentais deste processo. Cada um respondendo fortemente, e inclusive liderando, mesmo sem ser o chefe, pelas ações relativas à sua fortaleza, e a complementaridade do time fazendo a diferença.

 Finalizando, ontem, 28/04/21, vi um post no Instagram do brilhante @mauriciobenvenitti, exatamente sobre este tema, que recomendo fortemente. “Seja feliz por priorizar as suas forças e delegar as suas fraquezas”.

E você, acredita no que no desenvolvimento pessoal? Quais foram suas experiencias? Comenta aqui. 


Marina Crocomo

CMO | Marketing & Design Director | Business Executive

3 a

Cassou, adorei o artigo e, para mim, define muito o profissional que acompanhei de perto durante tantos anos na Whirlpool. Adicionaria à tudo isso a importância da persistência e muitas vezes resiliência, pois trabalhar no reforço das nossas fortalezas pode nem sempre ser o caminho mais simples e tranquilo. Valeu pelo material!

Rogerio Martins

WENEW Mentoring & Consulting (Innovation & Management) - Mentoring, Sr Advisory and Board Member at PRÁTICA KLIMAQUIP, KAPAZI, ANGELUS, FAMILIA MADALOSSO, MADEIRA MADEIRA, DAJU, TWO DOGS and HK360 - ENDEAVOR Mentor

3 a

Grande Cassou, acho que este é um daqueles assuntos que prefiro usar o “e” ao invés do “ou”.... Sempre acreditei no poder do equilíbrio. Temos que desenvolver os “músculos” que não são fortes E comtinuar mantendo o diferencial dos “músculos” que já somos bons.

Andrei Helayel Maia

Gerente de RH | Remuneração e Benefícios | Orçamento | Planejamento de Headcount | Indicadores | Folha de Pagamento | Expatriação | RH | Recursos Humanos | Remuneração Variável | Desempenho e Participação nos Lucros

3 a

Muito bom o artigo. "Sempre" pensei assim e, agora, fico me perguntando se não foi por influência sua! Obrigado por compartilhar sua experiência com desprendimento.

Camila Pagamisse

Sr Marketing Director | BU Leader | CMO | Board Member | Membro Comitê Executivo | PepsiCo | Consumer Goods

3 a

Cassou, quando comecei a ler seu post voltei no tempo, em 2005, quando entrei na Whirlpool. Eu me lembro que você disse exatamente sobre sua crença de desenvolvermos ainda mais o que temos de talento vs focarmos os gaps, na palestra do onboarding dos novos colaboradores. E posso dizer? Levei isso pra minha vida toda, me marcou. Por todos esses anos em minha carreira, sempre me recordo de focar meu tempo em aprimorar ainda mais o que já tenho de talento vs gaps, e sempre lembrava que você havia dito isso "O que nos diferencia é justamente onde somos bons".

Entre para ver ou adicionar um comentário

Outras pessoas também visualizaram

Conferir tópicos