Prepare sua startup para atrair investidores anjo

Prepare sua startup para atrair investidores anjo

Na segunda aula da jornada de captação de investimento anjo - confira aqui - eu falei sobre 5 passos para que você prepare sua startup para atrair investidores anjo.

Esse assunto pode parecer óbvio para muita gente, mas não é.

Existem alguns pilares que as startups devem considerar antes de abrir uma rodada de captação e que só costumam ganhar atenção na due diligence.

Como a minha proposta com a jornada é possibilitar que você se prepare para captar mais e melhor em 2025, e isso exige antecipação.

A série de 10 aulas tem o objetivo de preparar empreendedores para captar recursos em 2025, focando não apenas em volume, mas na qualidade do investimento.

Review da primeira aula: sua startup é um ativo financeiro

Antes de explorar os novos tópicos, é importante relembrar o conceito central discutido na primeira aula da série: startups são ativos financeiros.

O objetivo dos fundadores é, em última instância, realizar um exit, ou seja, vender sua participação na empresa em um evento de liquidez, como uma aquisição ou um IPO.

Esse conceito define o propósito da captação de investimento e molda a forma como os empreendedores devem preparar suas empresas para atrair investidores.

Agora, vou te apresentar os cinco pilares que eu considero fundamentais para preparar sua startup para uma rodada de captação de investimentos anjo.

1. Saúde Financeira: mantenha os números em ordem

A preparação financeira é o primeiro e mais importante passo para uma captação de investimento bem-sucedida.

Ela vai muito além de mostrar o potencial de receita; é necessário ter uma estrutura financeira robusta e transparente.

Isso inclui:

  • Tributação e regime tributário: se certifique de que a empresa esteja em conformidade com as obrigações fiscais, como impostos, FGTS e INSS, especialmente porque os investidores analisam esses pontos durante o processo de due diligence.
  • Métricas financeiras chave: além da conformidade fiscal, os investidores querem ver métricas como Receita Recorrente Mensal (MRR), Custo de Aquisição de Clientes (CAC), e o Valor de Vida do Cliente (LTV).

Essas métricas indicam para o investidor a capacidade de crescimento e o potencial de gerar receita a longo prazo - tornando sua startup um ativo mais interessante.

A estrutura de custos da sua startup também deve ser escalável, ou seja, permitir que o negócio cresça sem que as despesas aumentem de forma proporcional.

Demonstrar isso para o investidor é essencial para convencer sobre a viabilidade do negócio.

2. Contratos: a base jurídica de qualquer empresa

A frase "uma startup é um emaranhado de contratos" resume perfeitamente a importância de uma estrutura contratual sólida.

Cada interação da sua empresa com clientes, fornecedores, colaboradores ou investidores deve ser formalizada por contrato.

Alguns exemplos que costumam ser red flags em rodadas de captação:

  • Contratos de propriedade intelectual: esses contratos garantem que todo o código ou produto desenvolvido pertence à empresa e não ao desenvolvedor.
  • Contratos trabalhistas e com prestadores de serviço: se a startup utiliza colaboradores PJ, se assegure de que não existam características que possam configurar vínculo empregatício.

Sem contratos adequados, sua empresa pode se tornar arriscada para os investidores, comprometendo as chances de captar recursos.

A estrutura contratual diminui as chances de futuros passivos para a empresa e torna a startup mais atrativa para o mercado de investimentos.

3. Adequação à LGPD: privacidade é uma constante no Séc. XXI

Desde 2018, a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) está em vigor no Brasil, regulando o tratamento de dados pessoais.

Muitas startups ainda ignoram ou subestimam a importância de adequar suas operações a essa legislação.

A LGPD é relevante em todos os momentos da jornada de uma empresa, desde a coleta de e-mails para campanhas de marketing até o mapeamento da experiência dos usuários no seu site ou aplicativo.

Investidores prestam atenção à conformidade com a LGPD porque violações podem resultar em multas elevadas, além de prejudicar a reputação da empresa.

Comece pelo básico, implementando políticas mínimas de governança de dados pessoais e buscando consultoria especializada quando necessário.

Aqui, há um formulário gratuito de diagnóstico de LGPD que você pode usar para entender melhor o nível de conformidade da sua startup.

4. Compliance e Regulamentação

O compliance e a adequação regulatória são exigências em setores altamente regulamentados, como FinTechs, HealthTechs, ou GovTechs.

A conformidade com normas de órgãos como o Banco Central, CVM, e ANS garante que a empresa não opere em um ambiente de risco regulatório, o que é um fator decisivo para investidores.

Nessa etapa, você deve olhar minimamente para:

  • Políticas internas: implemente políticas de ética, anticorrupção e combate à lavagem de dinheiro. Manter um programa de compliance atualizado é uma exigência para captar.
  • Estudo de viabilidade regulatória: realize um estudo para entender quais regulamentações a empresa precisa seguir é o primeiro passo para garantir a adequação.

5. Cap Table: gestão de participação societária

O quinto e último pilar — e um dos mais importantes — é a gestão do captable, ou tabela de capitalização, que mostra a distribuição das participações acionárias da empresa.

Um captable mal gerido pode afastar investidores e prejudicar os fundadores no momento de um exit. Os cuidados que você precisa ter nesta etapa incluem:

  • Diluição societária: a diluição excessiva das participações ao longo de várias rodadas de captação pode reduzir significativamente o valor que os fundadores receberão no futuro. Portanto, é importante acompanhar de perto como as ações são distribuídas entre sócios, investidores e colaboradores.
  • Acordo de sócios: cláusulas sobre diluição, tomada de decisão e direitos de saída devem ser bem definidas para evitar conflitos futuros. Isso proporciona uma governança societária sólida, essencial para atrair investidores.

Manter o cap table organizado e atualizado é uma estratégia fundamental para preservar o valor da empresa e garantir que os fundadores continuem com uma participação significativa ao longo da jornada de captação.


Te espero na aula da semana que vem!

Preparar sua startup para captar investimentos exige atenção a uma série de pilares financeiros, jurídicos e operacionais.

Esses cinco pilares — finanças, contratos, LGPD, compliance e cap table — formam a base para uma captação bem sucedida, e é por isso que dedicamos a segunda aula a este assunto.

Para acompanhar as próximas aulas desta série e continuar aprendendo como preparar sua startup para captar investimentos em 2025, inscreva-se no canal do YouTube da SAFIE.

As aulas são transmitidas toda segunda-feira ao meio-dia, e você pode se juntar à comunidade no WhatsApp para receber materiais exclusivos e lembretes.

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