Presença executiva: o que é e como ela pode ajudar na liderança?
Para você, o que significa ser líder? Acredito que todos podemos concordar que uma empresa é um estado de consciência, uma cultura, se assim você preferir. E isso só é possível com um grupo de pessoas motivadas e conscientes.
Pensando nesse aspecto, ser um bom líder vai além de desenvolver habilidades de liderança. E atualmente, esse fator exige um conjunto de qualidades chamado de presença executiva.
Em geral, quando a gestão falha em desenvolver a presença, a companhia sente os resultados no cotidiano. Existe dificuldade na comunicação, falta de integração entre os departamentos, competição ao invés de colaboração e uma insegurança gerada pela falta de clareza e propósito. Esses fatores combinados formam um veneno mortal para as empresas que buscam sucesso.
Tudo isso, evidentemente, está profundamente relacionado com a cultura organizacional. Uma cultura de presença vai ajudar a melhorar vários dos aspectos citados e as equipes passam a trabalhar melhor. Porém, acessar essa presença exige primeiro o reconhecimento de que somos seres integrais, com as dimensões física, mental, social, emocional e espiritual, e que tudo isso é parte de quem somos como profissionais.
Por isso, as organizações desejam líderes que tenham o estado de presença desenvolvido, o que lhes torna capazes de projetar confiança carismática, empatia e cuidado, identificando as dimensões citadas acima. A ideia é que o líder seja exatamente quem ele é, buscando a autenticidade e a consistência em tudo que faz.
Isso resulta em uma equipe mais segura, coesa e engajada. Estabelece a conexão verdadeira que um time precisa para vencer desafios e operar de modo colaborativo. As pessoas ficam atentas ao impacto umas sobre as outras, reconhecendo como os outros estão se sentindo em um determinado momento. Nesse modelo, as equipes escolhem a vulnerabilidade em vez de mascarar emoções ou desviar dos obstáculos.
Com tantos benefícios, como chegar nesse estado de presença executiva? Eu conto.
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Sentindo a presença
No livro Present Company, Timothy Dukes e Michael Landers falam sobre os quatro poderes da presença. São eles: indução, consciência, autenticidade e conexão. Segundo os autores, quando combinadas, essas características podem levar a liderança ao sucesso.
Uma indução é um convite, um pedido ou uma demanda convincente para se juntar e participar de algo fora de você. É uma oportunidade de mudar seu pensamento e sentimentos à medida que você se envolve com os pensamentos e sentimentos dos outros. Essa é uma habilidade que permite ao líder convocar o time para abraçar um projeto ou perseguir uma meta.
No caso da consciência, ela é a capacidade de estarmos presentes em tudo aquilo que fazemos. Somos, a cada minuto, chamados a estarmos em piloto automático. Realizamos as atividades, conversamos com as pessoas, mas na verdade, não as sentimos e nem as escutamos de forma genuína. A busca pelo estado de presença requer uma vigília constante. Consciência refere-se à inteligência emocional – a capacidade de ler os sinais de outras pessoas e reagir adequadamente a eles.
Já a conexão, como o nome diz, nos dá a capacidade de inspirar a verdadeira confiança nas pessoas. É ela que nos permite sair de meros observadores para agentes do processo. Está muito ligada com a comunicação e a forma como escolhemos lidar com as adversidades e diferenças. Um gestor deve ser capaz de demonstrar que é competente, apelando para o lado racional das pessoas, mas sem esquecer-se do próprio emocional e dos outros.
Por fim, a autenticidade é uma das características que vai perdurar por todo o processo. Não é possível chegar ao estágio final sem trabalhar essa habilidade. Ela está ligada com nossa capacidade de mostrar nossas fraquezas e de não encarnarmos um personagem. É o que mais nos aproxima de nossa humanidade, capaz de criar a identificação que fará o time segui-lo por onde quer que você vá. Não tenha meias palavras, não se esconda atrás de regras e burocracias, seja transparente e sincero, sem ser grosseiro. Isso lhe garantirá um importante peso de verdade, fundamental para que as pessoas acreditem em um líder.
A presença é o resultado de membros funcionando com consciência e determinação para sustentar o engajamento e a conexão contínuos, onde os desafios são abordados coletivamente e a organização cresce e se desenvolve com sucesso. Definitivamente, é uma fórmula de sucesso para as empresas que buscam uma cultura organizacional alinhada com a nova economia.