Processo criativo: é importante assimilar a falha como parte do percurso
“Tente uma, duas, três vezes e se possível tente a quarta, a quinta e quantas vezes for necessário. Só não desista nas primeiras tentativas, a persistência é amiga da conquista” – Bill Gates, fundador da Microsoft, uma das maiores empresas de software do mundo.
Associar Bill Gates à criatividade é um senso comum que por si só pode não parecer algo inovador. Ocorre que, ao falar da persistência como amiga da conquista, Bill Gates diz muito a respeito do processo criativo, considerado por pesquisadores da psicologia e da neurociência um modelo capaz de ser reproduzido por qualquer pessoa. Ser criativo é um processo que envolve a libertação do julgamento próprio e do outro. É importante não ter medo de errar e compreender a falha como um recurso para o aperfeiçoamento das ideias.
Embora diferentes áreas do conhecimento explorem variadas teorias sobre a criatividade, foi em 1926, que o psicólogo e sociólogo Graham Wallas desenvolveu um dos modelos que até hoje influencia o processo criativo. Conhecida como a Arte do Pensamento, a teoria de Wallas propõe que a criatividade é um processo composto por quatro estágios, conhecidos por “4-stage model”: preparação, incubação, iluminação e verificação.
1. Preparação
É neste estágio que o desafio ou problema a ser resolvido deve ser explorado com o máximo de informações pertinentes à questão. É importante realizar muitas pesquisas e organizá-las de forma consciente para permitir que novas ideias apareçam com fundamento. Nessa fase, a utilização de recursos tecnológicos, como a inteligência artificial, pode ser uma grande aliada. Um gestão eficiente de grandes volumes de dados tende a favorecer o surgimento de insights.
2. Incubação
Nesta fase, a mente deve ficar livre. Ao contrário do estágio anterior, Wallas defende que esse não é o momento para procurar ativamente uma solução ao desafio ou ao problema a ser resolvido. São bem-vindos momentos de lazer com família e amigos, a prática de esportes, ou mesmo, dedicar-se a outros projetos e atividades rotineiras. O importante é deixar a mente livre para trabalhar de forma inconsciente a partir das informações assimiladas na primeira fase.
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3. Iluminação
Este é o momento do insight criativo. Nele, a mente trabalha de forma totalmente consciente associando o problema às informações organizadas na fase inicial. A inovação surge, porque foi construída uma etapa de preparação a partir de um estudo aprofundado. Nesse estágio, é importante acolher todas as ideias com empatia.
4. Verificação
É aqui que as soluções encontradas serão postas à prova. Após ter inspirações vindas de um brainstorm, é hora de colocar em prática o que foi idealizado. Os resultados não esperados são comuns e devem ser incorporados de forma natural, sem pré-julgamentos. O importante é corrigir e melhorar algum aspecto, não permitindo que o medo de falhar limite as possibilidades de criação. Muitas inovações foram concebidas em cenários de tentativa e erro.
Apesar do grande impacto que as novas tecnologias têm causado no mercado de trabalho, sobretudo com a utilização da inteligência artificial no apoio às decisões e à inovação, o fator humano ainda é um elemento fundamental ao processo criativo. As novas ferramentas tecnológicas despontam como aliadas à atividade intelectual e podem ser incorporadas na geração de insights com maior assertividade.