Profissão: Especialista de Conteúdo

Profissão: Especialista de Conteúdo

Escolher uma carreira é muito louco, ainda mais quando temos que fazer essa opção muito cedo. Fui muito tímida até a antiga 8ª série, quando descobri que tinha boca e podia falar, mas, antes disso, já gostava de alimentar meus diários com minhas histórias reais e irreais, não à toa minha imaginação já me levou a lugares que nem nos meus sonhos mais surreais tinha pensado em ir.

Depois que tomei gosto por falar, expressar minhas ideias, fui me encantando pelo mundo do jornalismo. Fazer parte da história do mundo sempre foi uma coisa fascinante, e poder contar a história para o mundo me encantava. Foi aí que resolvi cursar a faculdade de jornalismo; quem sabe eu não conseguiria uma vaguinha na Globo e um dia, talvez, eu conseguisse uma ponta no Jornal Nacional. Se não rolasse, um RJTV já seria excelente!

Sonho meu… e como já diz nosso querido Zeca Pagodinho: “a realidade é dura, mas é aí que se cura, ninguém pode imaginar o que não viveu”. Poder a gente pode, mas a distância entre imaginação e realidade é bem grande, viu. E foi aí que a dura realidade me levou para um mundo novo, a internet.

Digo mundo novo, porque estou me referindo ao ano 2000, quando consegui meu primeiro estágio para produzir conteúdos para web. Fazer sites não era uma coisa muito normal naquela época, mas confiaram que eu aprenderia a fazer aquilo, e, mesmo sem saber absolutamente nada de web, eu aprendi. E mais, eu amei!

Mergulhei em um ambiente cheio de possibilidades e me permiti aprender tudo o que eu pudesse sobre ele. Descobri que podemos produzir conteúdo de diversas formas, usando as mais diferentes linguagens e, principalmente, através de diversos canais.

Aprendi que organizar esses conteúdos nos sites era estratégico e fui me aprofundar sobre o assunto em um curso de “Webwriting e Arquitetura da Informação”. Se não me engano, fiz parte da primeira turma desse curso, ministrado pelo incrível Bruno Rodrigues, em 2000. E amei mais ainda esse mundo online que eu estava desvendando.

Naquele momento, blogs eram publicados com força total e com os mais variados assuntos. Eram muitas pessoas querendo falar sobre diversos temas e compartilhar tudo na internet. Cada um escrevendo de uma maneira, os textos jornalísticos eram uma cópia do texto impresso e as adaptações de linguagem estavam começando a serem feitas.

Aqueles olhares que me foram proporcionados mudaram definitivamente a minha perspectiva sobre a profissão que eu queria ter, mas eu ainda não sabia qual era, ou melhor, à época ainda não existia um nome para ela.

Mas eu ainda sentia falta de me sentir jornalista, tudo aquilo que eu estava aprendendo e vivendo não se parecia com jornalismo. Então fui trabalhar como assessora de imprensa em uma grande editora, e eu também amei! Outro mundo novo.

Mais aprendizados vieram, relacionamento com imprensa, promoção de um produto ou cliente, eventos. Eu trabalhava em paralelo a uma equipe de marketing e fui percebendo como as coisas se completavam e tudo passava a fazer mais sentido.

Nesse momento, a internet já estava bombando. O Orkut já era parte da vida das pessoas, até que surgiu o Facebook, em 2007. O que era aquilo? Um outro mundo novo se abria e mais possibilidades de comunicação surgiam.

Os clientes da assessoria já não queriam ser falados somente nos canais tradicionais, com jornais, rádios, tvs, sites e alguns blogs, eles queriam ser assunto também do Facebook, afinal, todos estávamos lá. Grupos sendo criados e ideias sendo trocadas com pessoas de todos os cantos e em todas as línguas. Simplesmente fascinante e viciante.

E, então, eu tive que aprender a fazer uma assessoria de imprensa não só para imprensa, mas também para as redes. Aí ficou confuso, deu uma misturada boa nas ideias e principalmente nas linguagens. Isso era jornalismo ou era marketing? Que confusão era essa que estava acontecendo?

Na minha vida, essa confusão se chamava content marketing, em bom português, o marketing de conteúdo e com mais um diferencial, totalmente digital.

O marketing de conteúdo já existia, é óbvio, eu não inventei nada. Várias empresas já trabalhavam seus conteúdos com a intenção de atrair público, vender serviços e produtos, mas ainda de forma sutil.

No Brasil, a empresa Comunique-se é um caso de sucesso, quando em 2001 começou pequena e fez do marketing de conteúdo uma cultura e, posteriormente, ensinando jornalistas através de seus cursos a escrever para o formato online. E, mais uma vez, estava eu lá, fazendo o curso de jornalismo online com um dos mestres do content, mundialmente conhecido, Cacio Politi, que depois fundou a Tracto, empresa referência na área.

E eu continuava no meio de todas essas mudanças e fazendo parte de tudo aquilo. Foi então que a minha “chave” virou e virou de vez. Fui estudar Marketing, afinal eu precisava saber como juntar o meu conteúdo com o marketing. Eu não queria mais ser somente jornalista, mas também não queria ser somente uma profissional de marketing. Eu queria ser as duas coisas juntas! E hoje eu sou!

Tive sorte de aprender com os melhores profissionais da área, de acompanhar e viver a evolução do marketing de conteúdo. Já são 21 anos no mundo digital. Continuo estudando, querendo aprender sempre mais, para executar cada vez melhor a profissão que eu escolhi. 

Se hoje me perguntam: Qual a sua profissão? Eu respondo: Especialista de Conteúdo.

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