QUALIDADE É FRESCURA [JORNALISMO]
Eu desconfio da consistência dessas empresas que arrumam um redator web ou um ghostwriter para alimentar seus blogs. Se o cara não é jornalista, se não tem uma noção sólida, o resultado jamais será o melhor - e é por aí que a coisa vem andando.
Há quem não ligue e se contente com esse pessoal sem digna competência, que topa receber R$ 12, R$ 20, ou nada (“construir portfólio”), por textos de 500 palavras. E dá pra dizer que é a maioria, haja vista o quão decadente se tornou o panorama para o jornalista em 2019.
Isso é um reflexo claro do desinteresse generalizado pela qualidade que vem ocupando diversas esferas do mercado. Qualidade, hoje, virou gordurinha extra, frescura, exagero, preciosidade demais, o tipo da coisa desnecessária para a rotina apressada.
Há quem se sinta constrangido ao apontar erros em um texto. E a razão é simples: existe um pensamento tóxico de que fazer a coisa bem-feita, no que se refere à redação, é algo menor. Perdem todos, principalmente as empresas que divulgam textos assim, pois mostram desleixo para consigo próprias e, óbvio, para com seu público-alvo.
Pra completar, tenho observado diversos jornalistas, principalmente de gerações emergentes, indo por esse caminho. Caramba, quanta matéria/notícia mal redigida, com ideias desorganizadas e repleta de erros grotescos (português, digitação, cultural, checagem)! Caímos num ciclo perigoso, já que são esses profissionais que amanhã assumirão as edições. Até mesmo quem não tem o olhar apurado para esse tipo de coisa repara na baixa competência desse pessoal.
Paciência sempre foi uma virtude e um exercício constante. Se você trabalha com textos, jamais perca a sua! Ter capricho no que faz nunca será frescura, chatice ou perda de tempo – a menos que você seja uma pessoa desleixada, porca na vida.
Henrique Inglez de Souza (texto e foto)
Technical Writer | Cibersecurity
5 aUma startup que queria muito citar o nome, mas não vou, quis me contratar para fazer textos de 1200 palavras por 12 reais cada, piada kkkk