Quando o jornalismo era rei
Tem um documentário na HBO, “Breslin e Hamill: as vozes de Nova York” que precisa ser visto por quem se interessa por jornalismo, narrativa, arte de contar história, essas coisas. Jimmy Breslin e Pete Hamill estão ambos associados ao “new jornalism”, selo criado por Tom Wolfe, que sempre foi o mais marqueteiro da turma. A ideia era usar recursos ficcionais no texto jornalístico e, por isso, o estilo também é chamado de “jornalismo literário”. Na verdade, todo bom jornalismo é, de certa forma, literário. Ou pelo menos deveria ser.
Breslin e Hamill foram ambos colunistas de “cidades” e usaram seus textos para transformar gente comum em personagens incomuns. Breslin, que morreu em 2017, era mais turrão, briguento e teve vida mais divertida. Hamill, que ainda está vivo, escreve melhor e é mais versátil. Fez roteiros, romances, quadrinhos (ele desenha!) e editou o New York Post e o New York Daily News. E namorou Jackeline Kennedy e Shirley MacLane. Ao mesmo tempo! Breslin, inclusive, dedicou uma coluna às aventuras amorosas do colega. Tem isso no documentário.
O filme está na HBO naqueles horários esquisitos. Fique de olho.
(publicado originalmente no REPÚBLICA DOS BANANAS)