Quando o Nobel da Paz comandava a guerra: entrevista inédita

Quando o Nobel da Paz comandava a guerra: entrevista inédita

Em 2007, durante uma viagem à Colômbia para a coleta de informações para uma reportagem sobre o país, entrevistei o então ministro da Defesa Juan Manuel Santos, o responsável por aplicar a estratégia militar implacável do presidente Álvaro Uribe contra as Farc. Santos sucedeu Uribe na presidência em 2010 e, com o tempo, afastou-se do seu antigo mentor. Uma de suas diferenças políticas está exatamente na insistência de Santos em negociar um acordo de paz com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), para encerrar a guerra civil de cinco décadas que assola o país. Pois foi esse esforço que rendeu a Santos o Prêmio Nobel da Paz, concedido nesta sexta-feira 7 pelo comitê norueguês.

Entrevistei Santos em seu gabinete em Bogotá durante cerca de meia hora. Como costuma acontecer nas reportagens de fôlego, falei com dezenas de personalidades de alta relevância no país, entre empresários, políticos, economistas e cidadãos comuns. A conversa com Santos me permitiu reunir informações importantes que foram usadas para compor o texto. Mas a entrevista nunca foi publicada.

Acredito que vale destacar algumas das declarações mais importantes que ele me fez na ocasião:

“Há um consenso de que a estratégia de Uribe é a correta. O governo que vier vai manter essa política.”

“A receita para o sucesso da nossa estratégia é o esforço conjunto de polícia e exército.”

“O moral da guerrilha está cada vez mais baixo, porque todos os dias fazemos operações militares contra ela.”

“As Farc tinham 25.000 homens. Hoje tem no máximo 11.000.”

“Cinco ou seis anos atrás, ninguém tinha coragem de sair das cidades com suas famílias rumo a destinos turísticos dentro do país. Hoje não há estrada que não possa ser utilizada com segurança.”

“A segurança é uma das condições para que os investimentos externos entrem no país.”

“Agora vem a fase de consolidação e recuperação dos lugares que são redutos da guerrilha mancomunada com o narcotráfico. Há quatro ou cinco anos, um quarto dos prefeitos não podiam entrar em seus municípios.”

“Estamos desenvolvendo um programa de reestruturação da força pública, cujo objetivo é a profissionalização dos soldados e dos policiais para o que chamamos de pós-vitória. Isso é para eles terem emprego quando tivermos que reduzir o contingente das forças de segurança.”

Leia a íntegra deste artigo em A Boa e Velha Reportagem, de Veja.com:

Os anos 60 estão de volta — mas a que custo

Os segredos de um hacker eleitoral na América Latina

‘Narcos’ do México: como a agência antidrogas dos EUA ajudou na ascensão de El Chapo

Rafael Kloss

CTO & AI Strategist | Shaping the Future of Tech

8 a

Ridículo

Palavras para quê??!!

Carlos Tecnico de enfermagem do trabalho

tecnico em enfermagem na CLM Medicina do Trabalho e Saúde Ocupacional

8 a

Como dizia Renato Russo , o senhor da guerra não gosta de crianças , o que faltou contra a guerrilha foi inteligência , não é enchendo a floresta de soldados que se resolveria essa crise , a FARC era financiada por alguém , o dinheiro para armas e outros materiais vinham de algum lugar , era só atracar o bolso que a guerrilha se desmantelava , veja o caso do Brasil o PT roubou durante 13 anos . e o assaltado batia palmas , O premio Nobel da paz tem de ir para o povo, não para alguém que quer transformar o criminoso em herói .....................

Douglas Leite

Coordenador de escritório de melhoria contínua | Lean Six Sigma | Green Belt

8 a

Infelizmente o que está feito está feito. Assassinar todos os integrantes da FARC não irá reverter nenhum dano que foi causado! Esse é o preço da Paz em todos os lugares, os pais que escolheram não "perdoar", estão submetendo seus filhos e netos a todo o sofrimento que eles passaram.

Gonçalo Lesueur Bouça

Habilitado com a Categoria B e D, certificação CAM, também TCC e carta de motorista.

8 a

Triste!

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