Quebrando o Silêncio
Eu acredito que entre 22 e 23 anos, eu realmente bloqueei esse período da minha vida, devido a uma das piores violência que vivi, que foi a violência sexual, esse período estava muito conturbado, devido as crises de depressão que eu tive desde criança, por inúmeros fatores.
É bem “complicado de se falar”, então eu escrevo, aonde eu me expresso melhor, mais vendo o que vi hoje na TV na rede globo "28 de janeiro de 2024" o número de garotas falando sobre abuso sexual não pude ignorar, esse tema me acompanha até hoje, eu fui abusado sexualmente por uma ser humano que eu nem conheço, porém antes disso, eu já tinha sido molestado diversas vezes, eu não tinha com quem conversar, a minha "família" não tem estrutura para esse assunto, esses acontecimentos me tornaram uma ser humano muito “seco” em relação a sentimentos, porém eu tenho sentimentos mesmo que seja pouco.
Fico reflexivo que até o momento ninguém da minha “família” teve coragem de perguntar como eu estou, depois que escrevi falando sobre isso. Tive que melhorar muito internamente para poder está de pé. Tenho 30 anos e nunca me relacionei com nenhum "homem", por diversos fatores, não quero “enrolar” muito, admiro essas pessoas que conseguem denunciar esses acontecimentos traumáticos, porque até hoje ninguém pergunta como é isso para uma pessoas QUEER.
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É complicado quando não temos base, apoio, alguém que escute nossos medos, gritos, lagrimas, dores, as vezes eu fico muito irritado com o que eu vejo em relação a esse tipo de assunto. Espero que outras pessoas tenham mais sorte do que eu, espero que a justiça aconteça para elas, porque eu perdi a esperança de fazer justiça em relação a isso, e isso é um direito meu de desistir de fazer a famosa justiça. Onde eu fui violentado, foi em um local que tinha com movimento, já que era perto de uma avenida aqui no Ceará, voltei a fazer caminhada em janeiro de 2024 e infelizmente é caminho aonde eu tenho que passar para fazer a caminhada, eu passava em frente mais, do outro lado da rua, tomei coragem e passei em frente do local, foi meio “estranho” o local está em ruínas, não vou mentir, só o cheiro de passar em frente me enoja, então vamos ficar um pouco mais atento, pessoas QUEER tem a probabilidade de 100% de sofrer abusos físicos e mentais seja aonde for.
O que eu quero dizer sobre tudo isso, eu sei os abusos que vivi e vivo, agora com menos frequência, porque eu sei me “comportar” em determinados eventos, você que é uma pessoa LGBTQIA+ que viveu esse tipo de “acontecimento” saiba que não está sozinha, não faça como eu fiz, fiquei calado por anos e só aos 28 anos, quando estava quase perdendo a "sanidade" não aguentei "explodi", agora melhor do que no passado, mesmo não estando curado ainda, não vou mentir, mais estou melhorando. Que esse assunto seja tratado com seriedade, “violência” é violência em qualquer lugar do mundo, isso fere, machuca, atrapalha, destrói vidas. Hoje eu não encontrei ninguém para conversar sobre isso, espero que um dia isso mude, meu conselho, não sinta raiva de você. Fale sobre isso com alguém de sua confiança, hoje estou aprendendo a lhe dar melhor com essas “coisas”, continuo enojado em alguns momentos, mais estou perdendo o medo de falar, nesse caso de escrever, já que não tenho forças ainda para falar. Aos 30 anos agora estou tendo que seguir adiante, eu estou vivo, tenho que mostrar aos meus vários eus que o mundo pode ser melhor, mesmo que seja só nos meus sonhos.
VOLUNTEER, HUMAN RIGHTS DEFENDER, PEER EDUCATOR AND A PARALEGAL at KAMPUS LIBERTY UGANDA
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