Quem desconhece o seu propósito, vive a vida dos outros

Quem desconhece o seu propósito, vive a vida dos outros

“Senhor Gato, qual caminho devo tomar?” – perguntou Alice quando chegou a uma bifurcação. “Depende, aonde você quer chegar?” – Reverteu a pergunta o Gato. “Eu não sei” – Respondeu Alice. “Então tanto faz” – Finalizou o Gato...

Este simples diálogo entre Alice (do País das Maravilhas) e o Gato (aquele com um sorriso inesquecível), ilustra o quão importante é para nós termos clareza de onde queremos chegar. Trechos de livros famosos ou feriados como o Dia de Finados são ótimos para nos fazer refletir sobre nosso propósito de vida e tudo o que queremos fazer antes de deixarmos nosso corpo físico.

Vagar sem destino irá nos levar a lugares aos quais não queremos chegar ou nos forçará a atender a vontade das outras pessoas e quando menos percebemos, estamos vivendo a vida dos outros e nos vemos infelizes diante de nossa própria vida.

Isso acontece porque optamos por sentimentos de euforia ao invés de construir uma vida plena pautada em felicidade. Para entendermos isso, temos de discernir euforia de felicidade. A primeira é a supervalorização dos estímulos de prazeres de curto prazo baseadas no contato de um ou mais de nossos cinco sentidos com experiências externas. A euforia traz intrínseca em si uma depressão.

A ressaca após a bebedeira, o embotamento após um banquete, a frustração após uma expectativa, a segunda após o final de semana, voltar à “realidade” após fazer uma viagem, o primeiro dia de trabalho após as férias, e assim por diante. Quando supervalorizamos algo, a depressão aparece tão logo esse algo, impermanente, acabe.

A euforia traz intrínseca em si uma depressão

Já a felicidade advém da plenitude em experienciar tudo sem supervalorizar ou desvalorizar algo, mas a apreciação do momento presente e daquilo que se vivencia. Esta sensação é duradoura e contínua porque se baseia nos princípios e moralidade interna, ao invés da projeção da felicidade no externo, que é ilusória e momentânea. Para isso é necessário abrir mão de alguns momentos ou prazeres de curto prazo em função da decisão e obtenção de realizações de médio e longo prazo.

Quando chegamos ao final de nossas vidas, não pensamos que devíamos ter trabalhado mais, termos um cargo mais importante, ganhado mais dinheiro, acumulado mais bens materiais, comido coisas mais gostosas ou estimulado qualquer um de nossos sentidos.

Uma pesquisa realizada por uma enfermeira australiana, Bronnie Ware, que acompanhou seus pacientes terminais durante as últimas 12 semanas de vida deles, relatou os cinco arrependimentos mais comuns no leito de morte:

1 – Eu gostaria de ter tido a coragem de realizar meus propósitos: No leito de morte as pessoas tendem a perceber quantos sonhos não foram realizados ao longo da vida. Bronnie Ware relata que a maioria dos seus pacientes não tinha honrado nem mesmo a metade daquilo que tinham se proposto a realizar.

Um autodesafio poderoso para não ter de enfrentar este arrependimento em seu leito de morte é o de traçar sua missão de vida (aquilo que você é e se propõe a se manter fazendo sempre), a visão de onde quer chegar (qual o sonho ou legado que quer construir ou alcançar) e seus valores mais importantes (as regras do jogo que não devem ser descumpridas durante essa jornada).

Observação: Não há problema em, depois de um tempo, você sentir que sua essência mudou e redirecionar sua filosofia de vida, mas hoje, ela precisa ser honesta e verdadeira, para que lá na frente você possa refazê-la de maneira coerente com sua evolução.

2 – Eu queria não ter trabalhado tanto: Principalmente os homens, que perderam o crescimento dos filhos e o companheirismo da suas parceiras.

Bons autodesafios a serem realizados para evitar este arrependimento são: se permitir realizar formas de lazer com outras pessoas como passear em um parque, levar um familiar para jantar, realizar surpresas, viajar para locais sem prévio planejamento, ler um bom livro, jogar jogos de tabuleiro em família, andar de bicicleta. Sempre com a intenção de despertar o bem estar em si mesmo e nos demais. Institua uma frequência semanal e uma intensidade mínima (por exemplo, 1h ou 2h por semana, como quiser).

Observação: Não crie expectativas na participação dos outros ou deixe de realizar a atividade de suas recusas, lembre-se que este é o seu autodesafio ao qual você pode convidar quem tiver interesse, mas não forçá-los ou manipulá-los a fazer com você.

3 – Eu queria ter tido a coragem de expressar meus sentimentos: Muitas pessoas reprimem ou suprimiram seus sentimentos e acabam deixando de expressar seu amor ou tomar decisões por si só.

Um autodesafio que ajuda neste sentido é você invocar coragem para falar quando tem vontade de silenciar, ou escrever carta de gratidão a um amigo / familiar, pedir desculpas ou perdão a alguém, tomar uma decisão e comunicar familiares que sabe que irão resistir com respeito e sem condenar suas opiniões, expressar ideias, só falar a verdade, entre outros.

Observação: Busque não criar apego às suas expectativas de como será a resposta da outra pessoa, mas aceite a reação das pessoas como elas são e sempre busque fazer esses autodesafios com intenções positivas e construtivas, pensando no bem-estar ou no mínimo impacto de todos os envolvidos.

4 – Eu queria ter mantido mais contato com meus amigos e familiares: Relacionamentos perdidos, esquecidos pela correria do dia a dia ou afastados por pequenos desentendimentos.

Autodesafio: separe um tempo para você se relacionar com as pessoas, você pode ligar para antigos amigos e verificar se têm interesse em se reencontrar, convidar um familiar a fazer alguma atividade que você sabe que ele gosta, fazer uma surpresa para um amigo ou familiar, servir na casa da sogra ou nora, reunir a família ou amigos sem motivo especial.

Observação: Assim como no anterior, não crie expectativas nas respostas ou aceite das pessoas, apenas dê o seu melhor com boas intenções ao convidar as pessoas, mas permita que elas tenham a opção de recusar sem deixar ferir seus sentimentos.

5 – Queria ter sido mais feliz: “Muitos não percebem, até o fim da vida, que a felicidade é uma escolha. Eles haviam ficado presos em velhos padrões e hábitos”, finaliza a enfermeira.

Autodesafio: busque autoconhecimento através de cursos, treinamentos, retiros, livros e filmes. Procure uma religião ou linha espiritual que você mais se identifique. Realize práticas de meditação, yoga ou artes marciais internas como Tai Chi ou Aikidô. A felicidade surge de fonte interna pela soma de humildade e autoconfiança, onde sofrimento começa a perder espaço para a serenidade.

Observação: Manter-se atualizado com artigos e vídeos de evolução pessoal no Quero Evoluir ou realizar treinamentos como “A Arte de Ser Humano” da Pandora Evolução Consciente, podem potencializar sua jornada no caminho do autoconhecimento.

Quando supervalorizamos algo, a depressão aparece assim que esse algo acaba

A felicidade advém da plenitude em experienciar tudo sem supervalorizar ou desvalorizar algo, mas a apreciação do momento presente e daquilo que se vivencia

Fica então o convite para pensar ou repensar o seu propósito de vida.

Um bom reforço para o tema foi explicado em vídeo pelo Lucas. Veja abaixo:




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