Quem vive de passado é museu. Será?

Se em seu negócio você respira o passado 24h por dia, então eu tenho duas notícias para te dar: uma boa e outra ruim.

A ruim é que diante de tanta inovação, o sucesso do passado, nem sempre é garantia para o hoje e muito menos para o amanhã.

Mas, a boa é que para tudo há uma exceção e dependendo da sua área, o passado pode ser um excelente negócio, para o presente e quem sabe, para o futuro.

É o que aponta um estudo realizado pelo site americano Modsy, especializado em decoração de interiores. No final do ano passado lançou uma pesquisa para entender qual seria o comportamento de seu público sobre as tendências para esse ano. O resultado foi surpreendente. Durante a pandemia, as pessoas ficaram mais em casa e passaram a dar uma atenção especial à decoração. A criação ou adaptação ao modelo home-office, despertou também o interesse na renovação de outros cômodos, como a cozinha, sala e até banheiro. E a linha retrô foi apontada como a preferida para a “nova” decoração.

E como o retrô está na moda. A marca de moda feminina Toda Frida, tem na linha retrô, inspirada em livros e filmes, a essência do negócio. De alternativa passou a se diferenciar, não apenas pelo nicho, mas também, por possuir uma grade ampla, com sete tamanhos, que varia do PP ao 3G. E para quem vende “moda antiga” os negócios estão mais do que “fashion”, com o planejamento voltado ao e-commerce e consultorias sobre as suas coleções, o desempenho nas vendas durante a pandemia tem sido excelentes, em fevereiro de 2021 apresentou um crescimento de 229,30% no faturamento, comparado ao mesmo mês do ano passado.

E como no Brasil o futebol nunca sai de moda, a marca esportiva UMBRO, lançou no dia 19 de julho, dia Nacional do Futebol, a camisa retrô dos clubes que patrocina: Sport, Grêmio, Santos, Athletico Paranaense, Fluminense, Avaí e Chapecoense. O tecido lembra o material usado no passado pelos times e que foram marcantes na história desses clubes e será eternizada pelos torcedores que comprarem. A expectativa do fabricante é de marcar um golaço na estratégia de marketing com o sucesso nas vendas.

E o mercado de videogames, hein? Tudo bem que no ano passado, estimulado pela pandemia, ele movimentou US$ 178 bilhões (superando os serviços de streaming e a indústria esportiva juntos). Mas, os vovôs eletrônicos também dão conta do recado. Quem não se lembra do Super Mario Bros, lançado em 1985? Pois é, ele foi arrematado em um leilão no mês passado, por US$ 2 milhões. É o jogo eletrônico “fora de linha” mais caro vendido até hoje. Os videogames clássicos estão na mira de colecionadores. E mais do que isso, de grandes investidores. Outros jogos como o Super Mario 64, vendido por US$ 1,56 milhão e o The Legend of Zelda, por US$ 870 mil, comprovam o reflexo do cenário valorizado dos jogos eletrônicos da linha retrô.

Na mídia a linha retrô também deu um show, logo no início da pandemia, em questões de semanas, a busca por músicas nostálgicas no Spotify aumentou em 54%. E quem não assistiu ao menos um episódio da série Friends? Se a garotada assistiu, tenho certeza que você que é trintão, quarentão e cinquentão como eu, também assistiu. Pois é, o sucesso foi tão grande que a HBO Max, obviamente com a intenção de fazer o máximo de novos assinantes em sua nova plataforma, reuniu o elenco no especial “Friends: the Reunion” que foi ao ar em maio deste ano. O resultado foi mais do que esperado, por pouco não bateu a audiência de ‘Mulher-Maravilha 1984’. Segundo os dados da TVision, o reencontro foi visto por cerca de 29% dos lares dos assinantes nos EUA no dia 27, primeiro dia de seu lançamento.

Enfim, repare que viver do passado não é ruim para muitos, mesmo para quem não vive de negócios retrô. E se você é bem-sucedido hoje, tenha certeza que deve e muito a sua experiência construída no decorrer do tempo. Mas, se você percebe que o passado te prende e não faz você crescer, busque uma alternativa, recorra ao presente, converse com a sua rede de contatos, invista em seu futuro, estude e se atualize.

O passado faz parte de tudo o que você fez até aqui. É um legado que você levará para sempre. E se ele ainda te trava um pouco, lembre-se que a jornada ainda não acabou e você pode mudar o rumo. Pense nisso!

Conteúdo copiado na íntegra do PME NEWS. O artigo foi publicado no portal em 04/9/2021 as 17h49m. Segue o link: https://lnkd.in/eJjfbc9s