Quer trocar de emprego ou de função? Pense bem no próximo passo da sua carreira

A mudança no estilo de vida causada pela pandemia mexeu também com o mercado de trabalho.

Para além do home office, repensamos prioridades e insatisfações no emprego ficaram mais evidentes, ou menos toleráveis.

Se você tem conversado com amigos ultimamente, deve ter percebido a quantidade de gente encorajada a trocar de empresa – assim como a trocar de casa, de cidade e de tantas outras coisas. Muitas pesquisas endossam essa tendência.

Levantamento da consultoria PageGroup aponta que quatro em cada dez brasileiros estão dispostos a mudar de emprego em 2022. Já a Indeed mostra que só 14% das pessoas estão felizes com o trabalho atual.

Mas calma. Tudo precisa ser bem pensado. Nunca devemos agir por impulso com a nossa carreira.

Como planejar o próximo passo profissional?

Sempre me perguntam sobre como decidir, ou o que levar em consideração, na hora de mudar de emprego. Eu sempre digo que depende.

Depende de onde você quer chegar. O principal é pensar se a nova oportunidade vai te ajudar a atingir seus objetivos de longo prazo.

No meu caso, troquei pouco de empresa, mas muito de função. E posso dizer que todos os movimentos, mesmo internos, foram muito bem planejados. Nunca decidi por impulso ou por uma questão de momento, e inclusive já recusei convites que pareciam tentadores, mas me desviariam do foco. E não me arrependo.

Trocar de empresa, mais do que trocar de função, sempre traz maior risco, pois só saberemos o que vamos encontrar ao atuar no dia a dia. Mas, em muitos momentos, é preciso encarar. Por isso, criei algumas premissas ao longo da minha vida profissional que me guiaram nesses momentos de decisão.

São 5 pontos fundamentais para mim:

1)   Buscar mercados diversos e complementares: eu comecei em agência, depois passei por B2B, B2C, e-Commerce e agora Varejo, Serviços de Saúde e AdTech. Essas experiências complementares me fortalecem para assumir, no futuro, posições em conselhos de diferentes empresas e setores.

2)   Evitar ir para a concorrência: claro que não tem certo ou errado, apenas não combina comigo jogar no time rival. Eu não me sentiria bem, então nem considero convites de concorrentes.

3)   Procurar sempre ir para empresa líder de mercado: a maior empresa, na maioria das vezes, é a melhor do mercado. Ninguém chega no topo do pódio por acaso. Provavelmente ela tem os melhores profissionais do setor, os melhores sistemas e processos. E melhores condições para o profissional desempenhar seu potencial. Eu escolhi este caminho, então só trabalhei em líderes. Não tem a adrenalina dos desafiantes, exige mais responsabilidade nas escolhas e posicionamentos, mas combina mais com meu estilo de jogo.

4)   Só ir para uma posição no Core Business: sempre verifico o foco estratégico da empresa e se serei essencial para ele. Onde a empresa está colocando os holofotes é onde terá investimento, equipe talentosa alocada, recursos abundantes e foco do conselho. Já estive em áreas menos prioritárias e sempre é duro negociar recursos. Mas importante: o Core Business também é um alvo móvel. Eu já entrei em projetos que não eram o coração do negócio, mas tinham alto potencial - e ajudei a consolidá-los no topo da agenda estratégica. Esse é o melhor dos mundos porque você cresce junto com eles.

5)     Buscar alinhamento com meus valores pessoais: sempre trabalhei em empresas alinhadas com meus valores, tanto no negócio quanto em relação aos líderes. Esse princípio é o mais importante.

Claro que essas são minhas premissas, de acordo com meus objetivos de carreira. Podem ser adequadas para você ou não. O que pretendo aqui é explicar as minhas para você refletir sobre as suas.

Seja motorista da sua carreira!

O fato é que novas oportunidades, uma hora ou outra, aparecem. É preciso escolher embarcar ou não. O essencial é refletir sobre seus objetivos de longo prazo e apostar no que vai te ajudar a construir seu caminho futuro e combina com seus princípios.

O que não podemos abrir mão é de guiar a nossa carreira. Portanto, seja motorista, e não passageiro, da sua vida profissional. Você deve escolher a empresa, e não o contrário.

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