Realidade x IA
20 mil pessoas buscando ampliar seu conhecimento no maior encontro de marketing digital e vendas do Brasil. E eu era uma delas. Num evento incrível que reuniu várias palestras simultâneas e uma quantidade absurda de informação, o RD Summit 2023 fez meu cérebro fervilhar com um sem-fim de conteúdo de qualidade, muito relacionamento e uma profusão de temas, onde o assunto em voga e protagonista dos holofotes foi a Inteligência Artificial e as milhares de possibilidades que ela traz consigo.
É incrivelmente assustador perceber o que já está sendo feito com as diversas ferramentas de IA disponíveis. Mais espantoso ainda é constatar o quão difícil pode ser diferenciar o que é real do que é criado pela IA. E estamos apenas no começo dessa jornada rumo a onisciência dessa tecnologia, a utilizando, explorando suas funcionalidades, alimentando seu subconsciente imaginário com informações que a deixam cada dia mais inteligente.
Empresas já estão utilizando IA para faturar milhões. Já existem IAs atuando como médicos, advogados, arquitetos e uma série de profissões que até pouco tempo pensávamos que jamais poderiam ser substituídas. Até mesmo aquele chatbot bobo e irritante que só dá a mesma resposta básica será em breve tão bom que você não conseguirá saber se tem uma IA ou não do outro lado.
Saí do evento fascinado e um pouco assustado só de imaginar como essa mudança será rápida e profunda em nossas vidas; como irá afetar nosso trabalho; nossas relações; nossos filhos e como será nosso futuro. Ao mesmo tempo, tenho a mais pura convicção de que iremos nos adaptar e evoluir sem competir com as máquinas. Ao contrário, vamos cada vez mais criar uma aliança de sucesso entre o ser humano e elas. Mas uma coisa que a IA não sabe e nunca vai 'sentir na pele' são as agruras do dia a dia.
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De volta ao mundo real tive vários problemas para chegar e voltar do evento, várias horas de espera para o voo, overbooking na chegada do hotel, até mesmo um revés com a credencial para acessar o RD Summit. Sabe o que fez a diferença? A empatia do ser humano para resolver esses problemas.
Por mais que as máquinas e IAs já estejam integradas em nossa vida e em breve tornem-se parte indissolúvel dela, a emoção e o feeling humano não serão copiados, e pude me alegrar com essa afirmativa na hora de voltar para casa. Ao fazer o check-in do voo pelo app da cia. aérea, tudo correu bem até a hora da escolha do assento, que mostrava não haver opções vagas, acarretando com a não conclusão do processo. Já ressabiado com todos os perrengues que tinham acontecido, liguei no 0800 e fui sugado por uma infinidade de menus que me levaram para uma lista de espera de 10 minutos...e uma ligação terminada exatamente na minha vez de ser atendido.
Irritado, fui com muita antecedência ao aeroporto e no totem de autoatendimento a saga se repetiu. Com os nervos à flor da pele e a impaciência em alta, lá fui eu para a boa e velha fila indiana realizar o check-in. E eis que um milagre aconteceu. Depois de uma pequena espera, a atendente - não sei se treinada ou de forma espontânea - usou todas as técnicas que conheço para me atender. Extremamente calma e usando de muita empatia, Vanessa explicou que ela mesma já passou por isso e que naquela manhã ninguém estava conseguindo fazer o check-in. Num aprazível uníssono ela continuou o atendimento e disse que para melhorar toda a estressante situação iria disponibilizar uma poltrona melhor.
Ali, com o atendimento finalizado e caminhando a passos lentos para um café antes do embarque, tive meu coração e alma inundados por uma plena satisfação de alívio e não pelo upgrade de assento ou mesmo pelo check-in finalmente realizado, mas por perceber naquele momento que por enquanto as pessoas é que fazem a diferença.