RECESSÃO E QUEDA CONSISTENTE DA INFLAÇÃO BRASILEIRA
Gilmar Lourenço
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), calculado pelo IBGE para avaliar a inflação de uma cesta de produtos consumidos por famílias com renda mensal entre 01 e 40 salários mínimos, subiu apenas 1,1% entre janeiro e abril de 2017, contra variação de 3,25% no mesmo período de 2016.
Em doze meses até abril de 2017, o indicador ficou em 4,08%, representando a menor taxa para essa base de comparação desde julho de 2007 (3,74%), quando coincidiu com a etapa de recuperação da economia brasileira apoiada na expansão da demanda internacional e doméstica.
No mesmo sentido, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), também elaborado pelo IBGE, específico para a faixa de rendimentos mensais entre 01 e 05 salários mínimos e considerado a inflação do trabalhador, subiu 1,06% no ano e 3,99% em doze meses.
Como se vê, a passagem de um período recessivo para outro de estagnação dos negócios - caracterizado por elevados níveis de desemprego e endividamento de empresas e consumidores e expressiva capacidade ociosa das indústrias, além da multiplicação das incertezas associada às turbulências políticas - vem garantindo quedas contínuas e consistentes da inflação, situando-a inclusive abaixo do centro da meta anual de 4,5%, fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).
A mensagem positiva é que há espaço para uma despencada dos juros no País, apesar dos sucessivos deslizes cometidos pelo executivo e legislativo.