A recessão inflacionária, o gradualismo e a desindustrialização do Brasil
Artigo de Fernando Ulrich no site Mises Brasil
Os índices de inflação de janeiro de 2016ilustraram a triste realidade da economia brasileira: a inflação de preços é extremamente resiliente e ainda não mostra sinais de arrefecimento. Isso preocupa não apenas o Banco Central como também muitos economistas, perplexos com uma inflação persistente a despeito da profunda recessão pela qual o país atravessa.
Isso nos leva a uma questão fundamental: há um entendimento equivocado, embora generalizado, dos efeitos do crescimento econômico e do seu oposto, a recessão.
A teoria econômica predominante e, por consequência, o senso comum, atribuem ao crescimento econômico a inflação de preços. Quando a economia está aquecida, os preços sobem, afirmam eles. A demanda está muito elevada, por isso os preços tendem a subir.
Logo, uma recessão seria o remédio indicado para debelar um quadro econômico inflacionário. A recessão, defendem estes economistas, derruba a demanda e, como resultado, os preços caem.
Mas a verdade é exatamente o oposto disso.
O crescimento econômico é inerentemente deflacionário. Se a economia cresce, ela produz mais, aumentando a oferta de bens e serviços disponíveis para o consumo em uma comunidade. A economia se torna mais produtiva. Com uma maior quantidade de bens e serviços no mercado, e o estoque de moeda relativamente estável, os preços tendem a cair. A moeda ganha poder de compra. Daí a natureza deflacionária do crescimento econômico...
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