Recolocação Profissional aos quarenta... E agora José?

Por esses dias conversei com alguns amigos meus, gestores da Indústria Farmacêutica, sobre idade em relação a processos seletivos.

Um me falou que no laboratório dele não tem problema em relação a idade, até prefere trabalhar com pessoas maduras por terem clareza no que querem, compromisso e estabilidade dentro do cargo/função que desenvolvem. Os outros dois falaram que nas empresas deles só contratam até 35 anos de idade.

Entendo que seja estratégia de algumas empresas a contratação de pessoas até a idade X ou Y. Mas, no geral, que estratégia é essa que limita o talento das pessoas até uma determinada idade? O que dizer para um profissional com mais de 20 anos de carreira, de brilhante performance, cheio de ideias e vontade de produzir? Que ele não serve mais para aquela determinada função, empresa ou mercado, simplesmente porque passou dos 40 anos de idade? Nesse momento de transformação e reformulação de conceitos e paradigmas que o mundo está passando, sobretudo com o aumento de nossa expectativa de vida, pensamentos como esses é que parecem velhos, ultrapassados e, acima de tudo, preconceituosos. Quando limitamos o capital humano deixamos de conhecer novas possibilidades que podem nos direcionar para uma outra perspectiva de olhar e de pensamentos, além de desarmonizar toda uma cadeia social produtiva.

Assim como na natureza, enxergo as empresas como organismos vivos, pulsantes e pensantes, pois nelas existem pessoas contribuindo para que este organismo funcione plenamente em toda sua complexidade. Desse modo a heterogeneidade etária potencializa as possibilidades de criação, inovação, execução e gestão de projetos, pois é justamente no equilíbrio entre a explosão de força, vitalidade e impulsividade dos mais jovens combinado ao repertório de ideias, pensamentos e experiências vivenciadas pelos mais maduros que nasce a afinada sintonia harmônica dessa orquestra corporativa em um meio ambiente onde todos devem estar inseridos e participativos nesse contexto de vida profissional.

Quando escuto que a empresa A ou B só contratam até 35 anos, eu como Headhunter e Mentor de Carreira que está frequentemente descobrindo novos talentos maduros e com toda disposição e compromisso de “fazer acontecer”, me parte o coração. Lamentável que ainda tenham gestores que pensem e pactuam com posições preconceituosamente seletivas.  

Contudo, faço um convite e apelo a empresas e gestores para que revejam certas “estratégias” e que oportunizem o justo espaço no mercado às pessoas que querem produzir e entregar resultados independentemente da idade, classe social, sexo, etnia e religião.

Compartilhe e curta essa mensagem que é tão importante para o equilíbrio dos mercados, a equidade social e o respeito às diferenças e a diversidade.